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    Cláudia Collucci

    Sofrer por antecipação é o novo mal do século

    31/12/2013 03h00

    Você sofre por antecipação? Acorda cansado? Não tolera trabalhar com pessoas lentas? Tem dores de cabeça ou muscular? Esquece-se das coisas com facilidade?

    Se você respondeu "sim" a alguma dessas questões, parabéns. Ganhou uma nova síndrome na sua vida. Trata-se da SPA, Síndrome do Pensamento Acelerado, considerada pelo psiquiatra e psicoterapeuta Augusto Cury o novo mal do século, pior ainda que a depressão.

    Cury, que já vendeu mais de 20 milhões de livros no Brasil, fala sobre a tal SPA na sua nova obra, "Ansiedade: como enfrentar o mal do século" (Editora Saraiva).

    Ele diz que o excesso de informação, de uso de smartphones e games, de trabalho intelectual e de atividades diárias estimulam fenômenos cerebrais e inconscientes que acessam a memória com uma velocidade nunca vista. O pensamento rápido demais e sem gerenciamento gera a ansiedade e o sofrimento por antecipação. Com isso, a emoção perde em qualidade, estabilidade e profundidade.

    Sim, é mais um livro de autoajuda, que inventa um nome diferente para um tema bem conhecido e recorrente nas nossas vidas: a ansiedade. Apesar das obviedades, não vou detonar o livro.

    Deixo isso para os críticos literários de plantão.

    Na verdade, acho ótimo que Augusto Cury dissemine e popularize conceitos de qualidade de vida. Uma das dicas que ele dá para o alívio do sofrimento por antecipação é nos treinarmos para dar um choque de lucidez em cada pensamento perturbador.

    A proposta é afastar cada ideia que vá gerar um sofrimento por antecipação. "Devemos pensar no futuro apenas para traçar metas. Não devemos sofrer por antecipação. Não podemos dispensar o presente, único momento que temos para ser estáveis e felizes", diz.

    Uma das técnicas que ele ensina é reciclar duas importantes características de personalidade, que ele chama de agiota da emoção e o autoagiota. O primeiro é aquele que se doa para os filhos, familiares, colegas e parceiros, mas cobra caro a fatura, pressionando e controlando os outros. O segundo é aquele que cobra demais de si mesmo, aumentando demais o nível de exigência para ser feliz.

    Cury também diz que precisamos conversar com os nossos fantasmas, duvidar das ideias perturbadoras, resgatar a liderança do seu eu e se determinar a ser feliz. Então, menos sofrimento por antecipação e mais momentos felizes em 2014!

    cláudia collucci

    É repórter especial da Folha, especializada em saúde. Autora de "Quero ser mãe" e "Por que a gravidez não vem?" e coautora de 'Experimentos e Experimentações'.
    Escreve às terças.

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