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    Claudio Bernardes

    Congestionamentos nas maiores cidades do mundo

    10/11/2014 03h00

    A popularização de aplicativos interativos com o trânsito, que monitoram a posição e velocidade dos motoristas, possibilita uma visão precisa e imediata da situação do tráfego na grande maioria das cidades do mundo, sem que se processem complexos estudos baseados em modelos matemáticos teóricos.

    Com isso, tem sido possível desenvolver índices comparativos de congestionamento entre diferentes lugares do mundo. Um total de 180 cidades já faz parte do relatório anual "TomTom Trafic Index Report - 2013", que traz os índices de congestionamento diários e específicos para o horários de pico. A metodologia utilizada nesse relatório visa computar os tempos de viagem durante todo o dia, inclusive nos horários de rush, e compará-los com os tempos de viagem medidos durante os períodos de não congestionamento. A diferença é expressa como um aumento da percentagem média total no tempo de deslocamento. Portanto, o índice de congestionamento é baseado no tempo adicional necessário para fazer uma viagem em determinado horário, em comparação com aquele em condições de tráfego normal. Por exemplo, um índice 10 indica que uma viagem de 30 minutos levaria um tempo 10% maior em determinado horário, ou seja, 33 minutos. Um índice de 50 significa que uma viagem de 30 minutos será efetuada, na média, em 45 minutos.

    Esse relatório traz, também, o índice de horário de pico para 125 cidades com mais de um milhão de habitantes, e foi escolhido porque o congestionamento nesse período é geralmente o de maior preocupação no momento de definir e adotar políticas públicas voltadas à mobilidade.

    Moscou é a cidade mais congestionada do mundo, com um índice 126. Isso significa que uma viagem de 30 minutos em condições de tráfego normal levará 68 minutos em horário de pico. Istambul é a segunda metrópole mais congestionada com um índice 108. De forma surpreendente, Rio de Janeiro ocupa a terceira colocação entre as cidades mais congestionada com um índice 99,5. Seguem-se Tianjin, na China, com índice 91; Cidade do México, com 88,5; e Hanghzou, também na China, com 87. São Paulo ocupa a sétima posição com um índice 80,5, o que significa que, em média, uma viagem na cidade com duração de 30 minutos, em condições normais de tráfego, levará 54 minutos em horários de pico.

    Importante lembrar que essas medidas de tempo consideram os caminhos alternativos traçados pelos aplicativos, que indicam, no sistema viário, as opções de menor tempo de percurso para o trajeto escolhido.
    Completando a lista das dez cidades com maiores índices, estão Chongqing e Beijing, ambas na China, com índices 78,5 e 76,5, respectivamente, e Bruxelas, com índice 75.

    Por outro lado, e de acordo com o relatório, a primeira das dez cidades com mais de um milhão de habitantes menos congestionadas é Kansas City, nos Estados Unidos, com índice 19,5. Do segundo ao sexto lugar estão também cidades norte-americanas: Cleveland, Indianápolis, Memphis, Louisville e St. Louis. A cidade de Valência, na Espanha, é a sétima menos congestionada. Ocupam as posições seguintes Salt Lake City, Las Vegas e Detroit.

    As respostas tradicionais aos congestionamentos, como construção de novas avenidas ou alargamento das vias existentes, demonstram não ser mais tão efetivas. Sem dúvida, a disseminação de informações de trânsito em tempo real e o aperfeiçoamento desses aplicativos ajudarão não só os usuários a encontrar os caminhos mais rápidos, diminuindo o tempo de percurso, mas também serão fundamentais para fornecer aos governantes as informações necessárias para planejar a melhoria dos fluxos de tráfego nas cidades.

    claudio bernardes

    É engenheiro civil e atua como empresário imobiliário há mais de 30 anos. É presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP. Escreve às segundas.

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