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    Claudio Bernardes

    O uso da tecnologia para um trânsito mais eficiente

    23/03/2015 02h00

    Questões relacionadas a tráfego e congestionamentos passaram a não ser mais assunto puramente técnico. Tornaram-se também questões relacionadas à saúde e à qualidade de vida. Congestionamentos provocam aos usuários das cidades perda de tempo e de produtividade econômica, além de gerar poluição.

    Em muitos lugares, o sistema viário está atingindo sua capacidade limite, principalmente em horários de pico. Com o crescimento do volume de compras online, são grandes as expectativas com o aumento da demanda para transportes de mercadorias em áreas urbanas.

    Por outro lado, a tecnologia ainda está incluída de forma limitada no auxílio às centrais de gerenciamento de tráfego. Se pudéssemos estabelecer prioridades para o futuro nessa área, elas repousariam em sistemas que incluíssem a previsão e o comportamento do tráfego em períodos inferiores a 40 minutos. E que tivessem condições de, não se confirmando essas previsões, programar ações estratégicas que alterassem seu comportamento de maneira favorável.

    A administração do tráfego, sem dúvida, deve se dar no âmbito regional, por trazer muito mais benefícios do que um modelo de gerenciamento local, que possibilita somente mudar o congestionamento de um ponto para outro.

    Várias alternativas tecnológicas estão em desenvolvimento no mundo, com o objetivo de tornar mais eficientes os sistemas de administração de tráfego.

    Aliados importantes em todo este mecanismo são os modelos de informação atualizada ao usuário das vias, cuja integração ao processo é de fundamental importância para o sucesso da operação de qualquer tecnologia que venha a ser conectada ao sistema.

    Na Austrália, foi desenvolvido um modelo que utiliza sensores no pavimento para informar à central de gerenciamento o número de veículos que estão trafegando em determinado local, de tal forma que possam ser programados de maneira objetiva e temporal os sistemas de semáforos. Com este sistema, pode-se também, por exemplo, dar prioridade a determinadas linhas de transporte público, para não prejudicar seus usuários.

    Segundo as autoridades australianas, esta experiência já trouxe benefícios importantes para a cidade, como a diminuição de 37% no tempo total das viagens e o decréscimo de 6% nas emissões de CO2.

    Em Londres, a utilização de câmeras estereoscópicas possibilitam identificar a demanda de pedestres para cruzar determinadas vias, permitindo dimensionar adequadamente o tempo de travessia e otimizando, portanto, a circulação de veículos.

    Outra ajuda importante para auxiliar os motoristas são modernas câmeras sensitivas instaladas nos próprios veículos, que podem identificar perigos como buracos, existência de pedestres à frente, obras na pista e outras informações que ajudam a reduzir o risco de acidentes.

    Sistemas computadorizados de rastreamento, quando utilizados em veículos de transporte público, oferecem em tempo real aos usuários informações sobre a localização e tempo estimado de espera em determinada estação.

    Todos os cidadãos, em especial os usuários de transporte, seja coletivo ou individual, serão beneficiados pelas inovações tecnológicas que deverão incorporar-se ao dia a dia dos sistemas de gerenciamento e controle de tráfego.

    A tecnologia, seguramente, contribuirá para um sistema viário menos congestionado e com diminuição do tempo de viagem, possibilitando ainda a existência de um sistema de transporte público confiável e eficiente.

    claudio bernardes

    É engenheiro civil e atua como empresário imobiliário há mais de 30 anos. É presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP. Escreve às segundas.

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