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    Claudio Bernardes

    A competitividade entre as cidades

    30/11/2015 02h00

    As cidades têm sido, e serão sempre, os motores de desenvolvimento das nações e das diversas regiões econômicas do mundo. Portanto, a performance da economia e a capacidade de competição entre as cidades farão toda diferença no desempenho da economia mundial.

    A competitividade de uma cidade está inserida em um conjunto de fatores, políticas e estratégias de desenvolvimento que determinam o nível de produtividade sustentável.

    Esse assunto, em função de sua importância no contexto global, tem sido objeto de discussões no Fórum Econômico Mundial e na Organização das Nações Unidas, onde os principais aspectos relacionados à competitividade têm sido elencados e analisados.

    Enquanto algumas cidades têm mais sucesso em atrair investimentos e talentos, assegurando prosperidade e serviço público de qualidade para seus cidadãos, outras lidam com o desafio de proporcionar serviços básicos, emprego e habitação para um enorme contingente oriundo da migração interna nos países.

    Relatório emitido pelo Fórum Econômico Mundial identifica os principais aspectos relacionados com os modelos de competitividade nas cidades: padrão de urbanização, demografia e níveis de crescimento da classe média, aumento da igualdade social, sustentabilidade, mudanças tecnológicas, existência de "clusters" industriais, governança e níveis de produtividade. Essa produtividade pode ser definida como a eficiência pela qual a economia municipal usa os recursos disponíveis para a produção de resultados, que determinem taxas de retorno atrativas para os investimentos.

    Dessa forma, uma economia competitiva com base em produtividade crescerá, provavelmente, mais rapidamente ao longo do tempo e com melhores níveis de prosperidade econômica. A produtividade tem de ser obrigatoriamente sustentável, o que significa conciliar, com harmonia, os modelos de desenvolvimento com os objetivos econômicos, ambientais e sociais.

    A forma como as cidades podem mitigar as forças negativas que decorrem da desigualdade social, da pressão do desenvolvimento econômico sobre os recursos naturais e o meio ambiente, e da diminuição da confiança nos administradores públicos, pode ser a estrutura inicial para o equacionamento de seu modelo de competitividade.

    Além disso, estratégias para aumentar a competitividade das cidades vão rumo à criação de mecanismos que possam destravar seu potencial para atrair investimentos, capital e talentos, sem deixar de estabelecer maneiras que consigam, de forma definitiva, erradicar a pobreza.

    Outros dois aspectos importantes para consolidar os modelos exitosos de competitividade são a conexão e a cooperação regionais. Políticas nacionais devem estimular formas de integração física, logística e econômica, além de investimentos em cidades secundárias, e melhoria da comunicação e do transportes sub-regionais.

    A cooperação regional entre cidades é fundamental e necessária para a identificação de oportunidades de negócios, colaboração para criação de empregos e geração de escala para competir nos mercados nacional e internacional.

    Não se pode esquecer, também, que a promoção e o desenvolvimento de corredores econômicos é uma das formas de aumentar a conectividade e o nível de negócios entre os municípios, além de integrar as cidades secundárias na cadeia local de suprimentos, o que aumenta a competitividade regional.

    O Brasil não pode ficar fora desse processo. Embora as cidades lutem, ainda, por um planejamento urbano de melhor qualidade, elas devem começar a se preocupar com a competitividade. Ou verão inviabilizado o crescimento econômico em longo prazo.

    claudio bernardes

    É engenheiro civil e atua como empresário imobiliário há mais de 30 anos. É presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP. Escreve às segundas.

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