Os contornos da construção do espaço nas cidades são aspectos importantes diante das mudanças sociais e econômicas, que convergem para uma nova realidade urbana.
A economia das cidades, influenciada pelas mudanças demográficas e calcada na competitividade e no desenvolvimento de oportunidades de emprego, cria mercado para uma ampla gama de atividades e diferentes níveis de renda na área urbana.
Desafios relacionados às melhorias ambientais e ao consumo de energia aumentam a importância dos modelos de deslocamento, e diferenciam os locais mais acessíveis.
Os espaços públicos devem entrar definitivamente na onda de automações e novas tecnologias, inclusive com a universalização do monitoramento de vias e parques, melhorando a eficiência dos processos de administração pública e auxiliando no combate ao crime.
As cidades ficarão mais densas, mais diversificadas, habitadas por pessoas mais bem preparadas intelectualmente e mais identificadas com as novas tecnologias. Os cidadãos estarão conectados pela internet com todas as formas de serviço público.
A grande demanda por espaços para construção na cidade tem como efeito direto a elevação do preço dos terrenos. A alternativa para ter preços competitivos de locação e venda de imóveis é aumentar a densidade de ocupação. As cidades deverão aprender a trabalhar a melhor forma de mitigar os eventuais efeitos colaterais negativos dessa densificação, com inteligência e criatividade, realçando os efeitos positivos na dinâmica urbana e na otimização dos custos de infraestrutura.
As cidades brasileiras estão longe de ter suficiência em equipamentos sociais e infraestrutura urbana adequada. Sendo as dificuldades orçamentárias uma regra na maioria dos municípios, as parcerias público-privadas devem ganhar destaque, com modelos inteligentes, que preservem ao máximo os interesses públicos e sejam suficientemente indutores da participação privada no processo.
Novos tempos, novos modelos e uma nova realidade urbana só virão se houver, também, mudança de atitude em relação às coisas públicas.
É engenheiro civil e atua como empresário imobiliário há mais de 30 anos. É presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP. Escreve às segundas.