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    Claudio Bernardes

    Gestão de enchentes

    24/01/2016 01h00

    Durante todo período de chuvas, muitas cidades do mundo sofrem com as enchentes e suas consequências. Esses efeitos indesejados não se limitam às perdas materiais e aos inúmeros transtornos para os habitantes. Eles incluem, também, a poluição transportada pelas águas, o que torna esses episódios um problema de saúde pública e de perda de qualidade ambiental.

    Em áreas urbanas, as águas pluviais carregam muitos poluentes encontrados na superfície dos pavimentos das ruas, como nitrogênio, fósforo, bactérias, óleos, lixo, pesticidas e metais pesados, além de sedimentos dos mais diversos tipos.

    No caso de novas ocupações urbanas, é possível adotar regramentos com mecanismos de administração de enchentes, que permitam reduzir as vazões de pico e tomar medidas capazes de reduzir a quantidade de poluentes na água.

    Uma alternativa à drenagem convencional seria a reprodução artificial das condições naturais de escoamento, sistema conhecido como drenagem sustentável. Trata-se da condução das águas por valas drenantes ou áreas vegetadas até locais onde seja feita sua retenção natural em bacias ou lagoas.

    Esse processo favorece a absorção da água e a sua biofiltragem, além de remover poluentes com o auxílio de plantas específicas. A retenção da água em bacias, cuja liberação pode ser controlada, reduz os picos de vazão e atenua as enchentes.

    Quando se trata de áreas já consolidadas, devem ser perseguidas ações como investimentos na ampliação e manutenção dos sistemas existentes ou sua reestruturação para modelos mais eficientes. Uma população educada, que não deposita lixo nas ruas, também ajuda a evitar o entupimento das estruturas hidráulicas e a diminuir os pontos de alagamentos.

    Outro importante aliado no controle das inundações é o aumento das superfícies permeáveis na cidade, o que amplia a recarga dos lençóis subterrâneos de água, filtra os poluentes antes que eles atinjam os rios e diminui a quantidade de água que escoará nas ruas, evitando enchentes.

    As opções são diversas, mas sem a decisão política de agir, dificilmente as enchentes diminuirão.

    claudio bernardes

    É engenheiro civil e atua como empresário imobiliário há mais de 30 anos. É presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP. Escreve às segundas.

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