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    Claudio Bernardes

    Catástrofe nas metrópoles

    19/06/2016 02h00

    Temos assistido nos últimos anos à maior concentração urbana da história. Se isso tem possibilitado a formação de grandes metrópoles, que são os mais importantes centros de desenvolvimento econômico e social, por outro lado, essa concentração faz com que o impacto dos desastres naturais ou provocados pelo homem seja "catastrófico".

    Um trabalho publicado pela "Swiss Reinsurance Company" analisou, em 616 áreas metropolitanas, o risco dos cinco principais desastres naturais: terremoto, ciclone, enchente, tsunami e inundação fluvial.

    Para analisar e comparar os efeitos dos desastres naturais, foram escolhidos como indicadores o número de pessoas atingidas e o impacto econômico, medido por meio da perda de produtividade.

    Com relação ao número de pessoas atingidas, as inundações são os eventos com maior incidência, atingindo 371 milhões de pessoas no mundo. Seguem-se os terremotos (283 milhões), ciclones (157 milhões), enchentes (33 milhões) e tsunamis (12 milhões).

    Avaliados os números por região metropolitana, Tokyo-Yokohama é a área com o maior número de pessoas atingidas, 57 milhões -em seguida, vem Manila (Filipinas) com 34 milhões de habitantes impactados por eventos naturais.

    Do ponto de vista dos impactos econômicos, a conclusão é que as menores áreas urbanas são proporcionalmente mais afetadas do que as grandes metrópoles.

    As avaliações foram feitas considerando não só os números absolutos, mas sua importância em relação ao PIB do país. Los Angeles e São Francisco, que têm alto risco de terremotos, se avaliados sob a perspectiva do PIB nacional, sofrem menor impacto que Manila ou Lima.

    A diferença nas perdas relativas de produção podem ser grandes. O impacto econômico nacional para um terremoto em Yerevan (Armênia) é similar ao de Tokyo-Yokohama, embora em números absolutos o impacto da metrópole japonesa seja 300 vezes maior.

    A cada dia, torna-se mais importante o planejamento para superar situações de desastres nos grandes centros urbanos. Embora os impactos econômicos sejam importantes, salvar vidas deve ser a prioridade.

    claudio bernardes

    É engenheiro civil e atua como empresário imobiliário há mais de 30 anos. É presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP. Escreve às segundas.

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