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    Claudio Bernardes

    Qualidade de vida é chave na competitividade entre cidades

    13/03/2017 13h22

    Estamos numa era de mudanças históricas em termos de abrangência, tamanho e velocidade. Essas mudanças globais caminham para a convergência das tecnologias digital, física e biológica. Isso deve provocar mudanças profundas em nossas vidas e nos locais onde vivemos.

    As cidades, cada vez mais centros de operações, disputam espaço na economia mundial e a competitividade entre elas torna-se fator fundamental para que as nações sejam competitivas e tenham sucesso nesse cenário de transformações estruturais.

    A competitividade pode ser definida como um grupo de fatores, instituições e políticas públicas, que determinam o nível de produtividade de uma economia, e de prosperidade que um país pode alcançar. Ações que permitam a maximização dos talentos, e a energia das pessoas, possibilitarão o alcance do desejado futuro econômico.

    As estratégias para aumentar a competitividade envolvem inovação e a criação de mecanismos pelos quais as cidades incrementam o potencial de atração de investimentos, e desenvolvem a base de capital humano. Além disso, uma cidade não será competitiva sem infraestrutura urbana adequada e baixos níveis de burocracia. Além disso, deve trabalhar fortemente para erradicar a pobreza, e garantir boa qualidade de vida para a população.

    Todos esses fatores são importantes. Contudo, a qualidade de vida vem se tornando um aspecto chave da competitividade.

    Cidades seguras, com fácil acesso à moradia, aos serviços e à educação de alto nível, que ofereçam boas alternativas recreacionais e de lazer, possuem maior atração para empresas internacionais interessadas em expandir negócios. São geradoras de emprego, criatividade e aprendizado, fatores que atraem investidores e recursos.

    Com o objetivo de monitorar o desenvolvimento da competitividade global, o Fórum Econômico Mundial publica, periodicamente, desde 2005, relatório que é fruto de pesquisas em 138 países, calcadas em metodologia formada pela combinação de 114 indicadores relacionados a conceitos de produtividade e prosperidade.

    O resultado dessa pesquisa gera o chamado ICG (Índice de Competitividade Global), que inclui dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), do Banco Mundial e de agências especializadas da ONU (Organização das Nações Unidas).

    No relatório referente aos anos de 2016 e 2017, Suíça, Singapura, EUA, Holanda e Alemanha são, nessa ordem, os cinco países mais competitivos do mundo.

    O Brasil, que ocupava a 75ª posição entre os países pesquisados no relatório anterior, caiu para a 81ª posição, ficando na América Latina atrás de Chile, México, Peru, Colômbia, Costa Rica, Jamaica, Guatemala e Uruguai.

    O Relatório de Competitividade Global pode servir como uma importante ferramenta para governos, setor privado e sociedade civil. A comparação entre progresso e retrocesso, a cada ano, nas diversas áreas, pode direcionar as ações necessárias para o aperfeiçoamento do desenvolvimento econômico e social.

    A possibilidade de comparar 138 economias em uma ampla variedade de indicadores pode ajudar a identificar lacunas e áreas prioritárias, que precisam da criação de agendas específicas para equacionar e solucionar problemas.

    A atualização periódica do índice permite que os países preparem-se para construir sistemas mais eficientes de competitividade e organizar formalmente suas instituições com esse objetivo.

    Está mais do que na hora de o Brasil acompanhar com mais atenção as variações de seu ICG, comparativamente a outros países, e utilizá-lo como ferramenta de melhoria da competitividade de suas cidades.

    claudio bernardes

    É engenheiro civil e atua como empresário imobiliário há mais de 30 anos. É presidente do Conselho Consultivo do Secovi-SP. Escreve às segundas.

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