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O presidente dos EUA, Donald Trump, fala em encontro de lideranças conservadoras nesta sexta (24) |
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Sunday, 05-May-2024 06:05:35 -03Clóvis Rossi
A Casa Branca não é a Trump Tower
24/02/2017 17h41
Desde que Donald Trump foi eleito, discutiu-se muito nos Estados Unidos sobre os possíveis conflitos de interesse entre seus negócios particulares e sua função pública.
Nesta sexta-feira (24), deu-se na prática uma demonstração de que Trump é incapaz de distinguir entre a coisa pública e seus interesses privados: transformou a Casa Branca em uma Trump Tower, ao vetar a participação da rede CNN, do sítio "Politico" e do jornal "The New York Times" em um briefing de seu porta-voz, Sean Spicer.
A Casa Branca não pertence a Trump. É, como está explicitado no escudo, o escritório do presidente dos Estados Unidos. Portanto, a ela tem obrigatoriamente acesso todos os que cumprem o requisito legal para aceder à sede do governo.
No caso dos jornalistas, o processo de credenciamento segue critérios rigorosos e todos os que o superam estão habilitados a participar dos eventos jornalísticos. É do interesse público, como diz, por exemplo, Dean Baquet, editor-executivo do "New York Times" a propósito do incidente desta sexta: "O acesso livre da mídia a um governo transparente é obviamente de crucial interesse nacional".
Só não é do interesse de Trump que, como todo líder autoritário, odeia qualquer tipo de crítica ou notícia desfavorável.
Nunca é bom esquecer que a qualificação de "inimigo do povo", mais de uma vez aplicada por Trump a alguns setores da mídia, é um eco do nazismo, por exemplo. Os judeus, para ficar em um só exemplo, eram chamados pelo regime nazista de "inimigos do povo", pretexto para o Holocausto.
Os dissidentes do regime soviético também recebiam tal rótulo —e, não raro, acabavam em campos de concentração.
Parece difícil que Trump chegue a tais extremos, mas o simples uso dessa sinistra expressão indica o seu caráter autoritário, para não dizer ditatorial.
É repórter especial. Ganhou prêmios Maria Moors Cabot (EUA) e da Fundación por un Nuevo Periodismo Iberoamericano. Escreve às quintas e aos domingos.
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