RIO DE JANEIRO - No fim de semana que antecedeu o Carnaval, 118 blocos carnavalescos desfilaram pelas ruas do Rio - contando os oficiais, autorizados pela Prefeitura, pois é impossível estimar aqueles menores, que não se dão ao trabalho de pedir permissão para sair.
Em um cálculo bastante conservador, a prefeitura estimou que 450 mil foliões pularam e cantaram pela cidade de sexta a domingo - em média, 3,8 mil pessoas por bloco.
A conta é conservadora porque muitos deles arrastam número bem maior. Na sexta-feira, de acordo com a Polícia Militar, 100 mil foliões percorreram a avenida Rio Branco, uma das principais do centro da cidade, atrás do Cordão do Bola Preta.
Na tarde de sábado, perto de 70 mil acompanharam o Simpatia É Quase Amor pelas ruas de Ipanema. E ontem o Jardim Botânico parou por causa dos estimados 30 mil seguidores do Suvaco de Cristo.
É bom para o Rio que o Carnaval de rua tenha renascido. A alegria dos blocos mostra que os cariocas estão reencontrando o prazer de viver em sua cidade.
Mas será justo com aqueles que tentam voltar para casa após um dia inteiro de trabalho encontrar as principais vias do centro da cidade fechadas por causa de um desfile? Não é adequado interditar as avenidas Presidente Vargas e Rio Branco numa sexta-feira a partir das 18h.
Está certo proibir a passagem de carros em vias importantes da cidade, engarrafando todo o entorno, para abrir caminho para o baticum?
É preciso estabelecer limites para que a alegria de uns não se transforme em um transtorno para o restante da população.
Foi preciso muito planejamento e consulta a mapas das vias interditadas para sair de casa no fim de semana sem o risco de cair em "armadilhas carnavalescas". O bloco dos sem bloco pede passagem.