Esse na foto baixo é o GT Malzoni tipo IV de 1966. Por sua numeração de chassis, 1.001, pode ser considerado o primeiro carro fora de série do Brasil.

Produzido pela Lumimari, empresa que dois anos depois da sua fundação passou a se chamar Puma, esse carro é uma espécie de tataravô de Miuras, Adamos, Farus, MPs, Biancos, Trollers, TACs, Lobinis e todos os outros automóveis feitos de forma artesanal por aqui.

A carroceria é assinada pelo ítalo-brasileiro Rino Malzoni (considerado por muitos o primeiro 'carrozziere' do país) e foi inspirada nas Ferraris e em outros esportivos europeus da época.

Usava arquitetura e motor DKW. O chassis era de Fissore, encurtado, e o propulsor de dois tempos e três cilindros tinha apenas 1 litro e 60 cv, mas refrigerado por um radiador exclusivo -mais baixo e largo- devido ao perfil esportivo do cupê fora de série.

	Denis Cisma/Arquivo pessoal
	Anisio Campos e Jorge Meditsch com o GT Malzoni 1966

Os primeiros modelos foram feitos em chapa, moldados a mão na fazenda de Malzoni na cidade de Matão, interior de São Paulo. Posteriormente os carros passaram a ser de fibra de vidro, para aliviar peso e participar de corridas.

Disputaram provas pela equipe oficial da Vemag, fabricante dos DKW. Competiam contra os Alpines franceses da equipe Willys, os Alfas GTA e Zagato da Itália, os Simca Abarth e os Karmann-Ghia com motores de Porsche da Dacon.

O bom desempenho nas pistas o levou à produção em série e à mudança de nome: Puma. O desenho também evoluiu com o "face-lift" proposto pelo projetista Anísio Campos, que posa na foto ao lado. Rebatizado de Puma-DKW, o esportivo fez tanto sucesso que ganhou o prêmio de carro mais bonito do Brasil. O encerramento abrupto das atividades da Vemag no país, obrigou Malzoni a reformular o veículo para que pudesse receber um motor traseiro Volkswagen, dando origem aos VW Pumas.

Todas essas histórias e outras estão no livro de Jorge Meditsch, "Rino Malzoni: uma Vida para o Automóvel", recém-lançado pela Editora Alaúde.