Em tempos de preferência popular por gigantescos utilitários esportivos, o advogado João Daniel Rassi, 41, vai na contramão. Ele prefere guiar seu diminuto Triumph GT6 1972.

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	João Rassi e seu Triumph GT6 Mk3 1972

Medindo 3,78 m de comprimento e apenas 1,19 m de altura, esse compacto inglês é menor que um Nissan March.

E olha que Rassi não é pequeno: tem 1,87 m de altura. Ele "veste" o carro como um terno feito sob medida, justo.

Sentado praticamente no assoalho e com a cabeça a poucos centímetros do teto, o dono do GT6 estica suas pernas e acelera, sem espaço à esquerda para descansar seu pé da embreagem.

Apesar dos mais de 40 anos, o motor 2.0 com seis cilindros em linha ainda tem potência de sobra para mover os 878 kg do automóvel.

Os ingleses eram famosos por seus esportivos de tamanho reduzido. É assim desde o sucesso do minúsculo Austin Healey Frogeye Sprite, passando pelos MG Midget, os Mini Cooper S e os Lotus.

A fórmula de diminuição extrema de peso para melhorar a performance foi utilizada em diversos modelos.

Era um jeito de pensar oposto ao da escola americana, que cultuava os carros enormes equipados com motores V8.

Pensados para serpentear as montanhas europeias em ralis -e não simplesmente correr em linha reta nas "highways" americanas-, os esportivos ingleses eram ótimos de curva.

Rassi tinha ido ver um Mustang, mas se apaixonou pelo GT6 que estava na loja. Não tinha dinheiro para comprá-lo no momento, e o carro acabou indo para outra pessoa. Três anos depois, ele encontrou o mesmo GT6 à venda.

A paixão era tanta que ele fechou o negócio sem nem entrar no carro. Seus amigos diziam que ele nunca caberia ali dentro e que era maluco por não ter dado uma volta antes.

Teve ainda que parcelar em quatro vezes, e só pôde guiar o GT6 pela primeira vez após a quitação.

Mas Rassi teve também muita sorte; o GT6 era o seu número.