O Jaguar XK150 é a última versão do mítico XK120, que foi o carro de produção mais rápido do mundo na década de 1950 e colocou a marca entre os grandes fabricantes mundiais.
Os colecionadores de carros costumam valorizar os primeiros e os últimos anos de um mesmo modelo.
Os primeiros têm essencialmente aquilo que encantou os consumidores na época e possuem um certo grau de crueza que os tornam especiais, além de serem os mais raros, pois o número de produção nunca começa no seu ápice.
Já os últimos são os mais bem resolvidos. Todo o aprendizado acumulado dos anos anteriores foi empregado ali.
O XK150 foi o primeiro carro de produção com freios a disco nas quatro rodas (o primeiro a ter freio a disco nas rodas dianteiras foi o Citroën DS, em 1955).
Equipado com motor de seis cilindros e 3,8 litros, esse Jaguar chegou a ter 265 cv de potência na sua versão de três carburadores. Essa configuração equipou também o E-Type, seu sucessor.
O pai do arquiteto William Halberstadt, 65, foi um apaixonado pelo Jaguar XK120. Sempre que podia, trocava os carros por um modelo melhor.
Denis Cisma/Folhapress | ||
William Halberstadt tem seu Jaguar XK150 há 48 anos |
E assim foi com o XK150 Fixed Head Coupé 1958 da foto ao lado, comprado já com dez anos de uso.
William conta que seu pai só teve a chance de dirigir o carro uma única vez antes de adoecer e nunca mais poder conduzir. Quem então usava o Jaguar era William, para ir à faculdade.
A condição de saúde do seu pai se agravou e a situação financeira da família, por consequência, também. O cupê inglês foi colocado à venda.
O estudante William, que estava em seu primeiro emprego, usou suas economias para comprar o carro, sem o conhecimento do pai.
Temendo ser reprovado pelo seu ato, ele esperou se formar e se fixar em um trabalho melhor para então contar ao pai que nunca poderia deixar o Jaguar XK150 sair da família Halberstadt.
Conhecido como Denis Cisma, é diretor de filmes premiado em Cannes e Clio Awards. É um entusiasta do universo automotivo.