O mundo passava por uma profunda recessão econômica em 1929, gerada pela quebra da Bolsa de Nova York.

Os reflexos da Quinta-Feira Negra foram longe. Berlim, Londres e Tóquio também quebraram.

O medo e a retração econômica do período da Grande Depressão geraram oportunidades de negócio. Por um milhão de marcos, a empresa alemã NSU, que produzia motocicletas, foi vendida para a italiana Fiat.

Como a NSU tinha uma fábrica recém-construída na cidade de Heilbronn (a 50 quilômetros de Stuttgart), o negócio foi considerado uma pechincha.

Por 42 anos, a Fiat produziu na Alemanha carros com motor e design italianos. Foram mais de 370 mil unidades de modelos como os compactos Topolino, 500 e 600. Suas dimensões e preços se adequavam aos tempos de crise.

Um dos veículos mais interessantes daquela época foi o cupê Fiat-NSU 1200. Com duas portas, teve design assinado pelo estúdio Pininfarina.

Em 1960, o motor de 1.200 cm³ (75 cv de potência) preparado pela equipe de corridas italiana Stanguellini era considerado esportivo. E até que fazia o automóvel, leve e diminuto, andar bem.

O modelo também foi produzido em versão conversível. A maior parte saiu da fábrica da Fiat em Turim, na Itália, mas um dos 380 produzidos na Alemanha veio parar no Brasil.

O Fiat-NSU 1200 ano 1961 é o único exemplar no país. Pertence ao restaurador Ricardo Oppi, 57.

Ele conta que comprou o raro automóvel há 10 anos. "Foi um achado", diz Oppi. "O ex-proprietário não sabia o que tinha nas mãos."

O carro passou por uma restauração mecânica e de tapeçaria, recebeu rodas originais e está nas condições da foto ao lado. O capricho teve reconhecimento: o Fiat-NSU foi premiado no 22° Encontro Nacional de Autos Antigos, em Araxá (MG), um dos eventos mais prestigiados do segmento no Brasil.