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    Edgard Alves

    Contra o tempo

    07/01/2013 03h00

    O mais relevante quadriênio esportivo da história do Brasil acaba de nascer e engatinha. O ano de 2013, que terá como destaque a Copa das Confederações em junho, abre o ciclo que abrangerá a Copa do Mundo, em 2014, e culminará com a Olimpíada do Rio, em 2016. São eventos que exigem gastos astronômicos, de bilhões de reais, a maior parte de verbas públicas, sempre travestidos pela denominação de investimentos. O Brasil assumiu essas responsabilidades com a comunidade internacional e trata de cumpri-la a qualquer custo.

    A preparação de atletas também deve deslanchar a partir de agora, já visando aos Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, evento que praticamente definirá o perfil da delegação nacional para a Olimpíada, no ano seguinte. O Comitê Olímpico Brasileiro destaca ser essa uma fase importante, pois aquela competição envolverá disputas de vagas olímpicas. Ainda não estão definidas as modalidades que farão do Pan seletivas para os Jogos do Rio. O objetivo do COB neste ano é aumentar, em conjunto com as confederações brasileiras olímpicas, a base de representantes de alto rendimento em todas as modalidades.

    Dessa forma, o comitê declara que busca a qualificação de uma grande quantidade de atletas para que concorram a vagas tanto do Pan como da Olimpíada. Entende que quanto maior for a disputa interna, melhor se apresentará a delegação brasileira. E adianta que os principais projetos para a etapa em andamento estão ligados a ciência do esporte, contratação de treinadores estrangeiros, intercâmbios internacionais, parcerias com federações mundiais e comitês olímpicos nacionais para o desenvolvimento das modalidades, renovação do Time Rio e ampliação do projeto para várias cidades brasileiras.

    Ora, salvo raras exceções, a formação de um atleta de alto nível exige mais tempo do que um ciclo olímpico. Isto posto, é difícil imaginar a delegação brasileira mostrando caras novas daqui a quatro anos no Rio. Mais complicado ainda é montar um cenário com a possibilidade de uma representação altamente competitiva ou pelo menos bem mais forte do que as das Olimpíadas dos últimos 16 anos, quando o Brasil praticamente estagnou em suas subidas no pódio. Saiu de 15 medalhas (três ouros, três pratas e nove bronzes) em Atlanta-96 para 17 (três ouros, cinco pratas e nove bronzes) em Londres-12.

    O time brasileiro deve cumprir uma campanha trivial na Olimpíada, alavancada pelo fato de atuar em casa, uma motivação especial.

    Medalhas têm o seu valor, mas não são essenciais. Mais importante é o torcedor ficar atento à aplicação adequada das verbas, especialmente as governamentais. E, para a democratização do esporte, uma abertura de oportunidades para que mais brasileiros, de todos os cantos do país, tenham acesso a ele.

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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