• Colunistas

    Saturday, 04-May-2024 03:41:01 -03
    Edgard Alves

    Sinal amarelo no futebol olímpico

    21/01/2013 03h01

    O técnico Luiz Felipe Scolari, o coordenador Carlos Alberto Parreira e o auxiliar Flávio Murtosa, assim que assumiram suas funções como integrantes da comissão técnica da seleção brasileira de futebol, em novembro, fizeram várias reuniões de trabalho, que resultaram na programação completa da seleção até a Copa-2014. Na terça-feira, no pontapé inicial, Scolari anuncia a convocação da seleção principal para o primeiro amistoso de 2013, em 6 de fevereiro, contra a Inglaterra, em Londres.

    Tudo dentro do que se espera dos integrantes da CBF e da comissão técnica, que desfrutam de altos salários e têm essas atribuições no milionário futebol brasileiro, atividade com caráter de patrimônio público. Acrescente-se ainda que o Brasil bancará a Copa das Confederações, em junho próximo, e a Copa do Mundo, ano que vem, aumentando aquelas responsabilidades. Não que a seleção tenha de assumir o encargo só de ganhar. Mas exige atenção para uma preparação sem falhas, adequada aos dois eventos.

    Em contrapartida, persiste o mistério sobre o planejamento, se há algum, para a próxima Olimpíada, outro evento na conta do país, programado para 2016, no Rio de Janeiro. E o título olímpico é o único dos troféus de porte que falta na galeria de êxitos do Brasil na modalidade, com foco mais no masculino, pelo histórico do futebol nacional, embora no feminino também padeça do mal do esquecimento pela cartolagem.

    Nenhuma palavra foi dita até agora pela direção da CBF quanto à Olimpíada. A impressão que fica é a de que a competição não interessa, talvez porque seu retorno financeiro para o futebol seja minúsculo, se comparado ao das Copas. Assim sendo, a CBF age como um banco, não como uma entidade de organização e promoção do futebol.

    Para outros propósitos, no entanto, os Jogos parecem interessar à CBF. Uma evidência disso foi o tropeço olímpico em Londres, que teve forte influência na queda de Mano Menezes, trocado por Scolari.

    O momento é ideal para reflexão e tomada de posição, levando-se em conta o vexame da seleção nacional, integrada por jogadores que se enquadram no perfil etário de uma equipe para a Olimpíada, no Sul- -Americano sub-20, em disputa na Argentina. Perdeu para Uruguai e Peru, empatou com o Equador e ganhou da Venezuela, sendo eliminada na primeira fase.

    O Brasil vinha de um tricampeonato no torneio (2007, 2009 e 2011), e de um total de 11 títulos, o maior vencedor do Sul-Americano sub-20. A eliminação afastou a seleção do Mundial da categoria, em junho, na Turquia. Desde 1977, o Brasil só esteve ausente em Mundial de base em 1979 (sub-19) e 1993 (sub-17). Na sub-20, foi cinco vezes campeão do mundo (1983, 1985, 1993, 2003 e 2011). O sinal amarelo está aceso para a Olimpíada e para a seleção sub-17, que daqui a dois meses disputa o Sul-Americano.

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024