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    Edgard Alves

    Tacadas do golfe

    06/04/2013 03h00

    Finalmente, o golfe brasileiro bate à porta do PGA Tour, o circuito da Associação dos Golfistas Profissionais, que reúne a elite mundial desse esporte. Com a realização do Brasil Classic, que termina amanhã, a modalidade avança, aproximando-se do topo da especialidade.

    O torneio é uma das etapas do Web.com Tour, o circuito de acesso ao PGA. A disputa reúne 144 golfistas de 16 países, distribui US$ 675 mil em prêmios e acontece no São Paulo Golf Club, o mais tradicional desse esporte no país, localizado na região sul da capital paulista.

    Apesar da escalada, o golfe no Brasil tem dois sérios, e temíveis, desafios: superar a indefinição sobre o campo para as disputas dos torneios, masculino e feminino, na Olimpíada de 2016, no Rio, e o atraso no início das obras.

    O evento marca a volta do golfe à cena olímpica, na qual vai distribuir medalhas depois de 112 anos de ausência. Integrou os programas dos Jogos em Paris-1900, no masculino e no feminino, e em Saint Louis-1904, no masculino e por equipes.

    O COI até já apresentou o desenho do campo que, a princípio, deve ser construído na região da Reserva Ecológica do Marapendi, na zona oeste do Rio. O projeto, sob responsabilidade do escritório americano Hanse Golf Course Design, está orçado em mais de R$ 60 milhões, custo a ser coberto pela iniciativa privada. Mas uma demanda judicial sobre a posse da área bloqueia, no momento, o plano dos organizadores olímpicos.

    Com os dias passando, e na tentativa de driblar as possibilidades de atraso, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente emitiu a licença para a remoção da vegetação do local, e a limpeza foi iniciada, preparando o terreno para as obras.

    O impasse judicial não é motivo de preocupação, segundo declarou o prefeito do Rio, Eduardo Paes. O município reconhece um proprietário, e fez um acordo, indicando não acreditar que a reivindicação de posse do outro pretendente prospere. Uma avaliação otimista, ainda assim sob risco --uma aposta.

    Envolvido por essa expectativa da praça olímpica, o golfe segue seu caminho. A confederação brasileira da modalidade tem oito federações filiadas, envolvendo cerca de uma centena de clubes e 10 mil jogadores com condições para disputar torneios oficiais, total que dobra se somado aos que praticam a modalidade como lazer.

    Na atualidade, apenas um brasileiro, Alexandre Rocha, tem credencial, parcial, para as disputas do PGA Tour. Ele já manifestou que quer participar da Olimpíada.

    Aí desponta outro aspecto relevante do circuito Web.com Tour, que conta pontos para o ranking mundial, referência para as vagas olímpicas. Os critérios seletivos definitivos para os Jogos do Rio estão em estudos, mas o Brasil, como sede, deve ter vagas asseguradas. Uma preocupação a menos.

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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