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    Edgard Alves

    Votação olímpica

    18/05/2013 03h00

    Esquenta o clima da campanha eleitoral para a sucessão do belga Jacques Rogge, 71, no comando do COI (Comitê Olímpico Internacional). Ao menos dois cartolas, ambos vice-presidentes, já anunciaram suas candidaturas: Thomas Bach, da Alemanha, e Ng Ser Miang, de Cingapura.

    Bach, 59, é advogado e presidente da Câmara Ghorfa de Comércio e Indústria Árabe-Alemã. Foi esgrimista e conquistou a medalha de ouro por equipes no florete em Montréal-1976. Está no COI desde 1991.

    Ng Ser Miang, 64, é empresário, embaixador de Cingapura na Hungria e ex-membro do Parlamento. Está no COI desde 1998.

    A data-limite para a apresentação de candidaturas é 10 de junho. Outros possíveis postulantes ainda não decidiram se entram no pleito. São citados nesse grupo, entre outros, o presidente da Comissão de Finanças da entidade, o porto-riquenho Richard Carrión, mais os suíços Denis Oswald e René Fasel.

    O movimento olímpico internacional articula e negocia a todo vapor, em todos os cantos do mundo.

    A entidade engloba 204 comitês olímpicos nacionais, e a pauta da assembleia que vai eleger o novo presidente também contempla a escolha da cidade que organizará a Olimpíada de 2020 --Madri ou Tóquio ou Istambul. O encontro será em setembro, em Buenos Aires.

    Em julho do ano passado, nas vésperas do início da Olimpíada de Londres, Rogge anunciou que o COI desfrutava de uma situação financeira sólida, com reservas de US$ 558 milhões (cerca de R$ 1,035 bilhão, na época), um aspecto que realçou da sua gestão, iniciada em 2001 com US$ 105 milhões no cofre. E auto elogiou bandeiras como a da ação contra o doping e a disposição de atuar contra resultados viciados e apostas ilegais. Destacou ainda que organizações esportivas devem ser alvo de rigorosas auditorias internas e externas.

    Eleito para oito anos de mandato ao derrotar quatro adversários e reeleito, em candidatura única, para outros quatro anos, Rogge manteve o domínio europeu na direção do COI, só superado uma vez na história do organismo --foi fundado em 1894 e teve oito presidentes--, quando o norte-americano Avery Brundage presidiu de 1952 a 1972.

    Nessa eleição, o Brasil é protagonista de uma façanha. Embora seja o organizador da próxima Olimpíada, em 2016, no Rio, não vai ter representante nas votações. Isto porque Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB e do comitê organizador dos Jogos, perdeu o direito de voto como membro do COI ao completar 70 anos, ano passado, e o país não teve outro indicado para o posto. Nuzman continua como membro honorário e único brasileiro no organismo, pois João Havelange, depois de 49 anos na entidade, afastou-se para evitar complicações com denúncias de corrupção apuradas pela Fifa. Lamentável!

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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