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    Edgard Alves

    Basquete e vôlei, no bom caminho

    DE SÃO PAULO

    09/09/2014 02h00

    A semana transcorre em clima de alto astral para o esporte olímpico nacional. As seleções masculinas de basquete e vôlei, modalidades que desfrutam da simpatia dos brasileiros, superaram etapas importantes nos seus respectivos Mundiais, embora tenham pela frente desafios bastante complicados.

    Distante cerca de dois anos da abertura dos Jogos Olímpicos no Rio, os dois times já mostraram que trabalham firme e de forma adequada para chegar em condições ideais em 2016. Jogar a Olimpíada em casa, e fazer um bom papel, é o que se almeja, sem dúvida.

    Nenhuma das duas seleções se deixou arranhar pelos escândalos, desmandos com verba pública, que envolvem seus órgãos dirigentes e cartolas. Nos últimos anos, a confederação de basquete consumiu milhões de reais não se sabe em que e está endividada. A confederação de vôlei é alvo de investigações por conta de denúncias de irregularidades em gestões financeiras e favorecimento em negócios a ex-diretores da entidade.

    Independentemente dessas turbulências, as seleções têm exercido suas atividades com profissionalismo exemplar, trabalhando duro sob as batutas de Rúben Magnano, a do basquete, e de Bernardinho, a do vôlei.

    O basquete, que fracassou na tentativa de formar um forte time para o Pré-Mundial na Venezuela, ano passado, ficou sem vaga. Só está neste Mundial porque a CBB passou o vexame de pedir um convite à Fiba pelo qual pagou aproximadamente um milhão de francos suíços (cerca de R$ 2,7 milhões na época). É bom lembrar que o Brasil e os EUA são os únicos que estiveram presentes em todas as edições desde a criação do evento em 1950.

    O Mundial é uma competição importante, mais ou menos se equipara à Olimpíada como os torneios globais de realce dessas modalidades. As principais forças do planeta estão ali, sendo que algumas delas, no caso do basquete, sequer conseguiram vaga como Rússia, Alemanha, Itália e China.

    Como o nível das duas competições é alto, a esperança de subir no pódio faz pulsar mais forte o coração de quaisquer dos participantes pela relevância da conquista.

    Embora uma medalha seja bem-vinda no basquete –a última, de bronze, foi em 1978, nas Filipinas–, mostrar um trabalho bem direcionado e consistente significa a grande vitória no momento, a contrapartida pelas decepções dos últimos tempos. E parece ser o que ocorre na Espanha, onde o Mundial é disputado.

    A seleção tirou um peso da cabeça ao eliminar a Argentina nas oitavas, adversário diante do qual havia sucumbido em mata-mata nos Mundiais de 2002 e 2010, no Pré-Olímpico de 2007 e na Olimpíada de Londres-12. Agora, o Brasil conta com sua equipe completa, inclusive com os atletas que atuam na NBA –Leandrinho, Varejão, Nenê e Splitter. Quarta-feira volta à quadra contra a Sérvia, que superou na primeira fase, mas deve encontrar mais dificuldade no novo encontro.

    O vôlei desfruta de um clima menos tenso, de menor pressão, por causa das campanhas da equipe nos últimos tempos, quando, inclusive, chegou à medalha de prata na Olimpíada-2012. No Mundial tem cinco vitórias, mas, diferente do basquete, a jornada está apenas no começo. A virtude da seleção tem sido o conjunto, o revezamento, a integração dos jogadores e a reação da equipe em momentos difíceis. Quarta-feira a seleção estréia na segunda fase contra a Bulgária.

    Os dois esportes que seguem o futebol na preferência nacional podem até perder, serem eliminados, mas sem choramingar como crianças. Já mostraram que estão no bom caminho. Se ganharem, óbvio, melhor.

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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