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    Edgard Alves

    Otimismo olímpico

    12/04/2016 02h00

    A turbulência política na qual o Brasil mergulhou é motivo para preocupação em relação aos Jogos Olímpicos, em agosto, uma vez que grande parte dos custos da Olimpíada sai dos cofres públicos.

    Apesar disso, e das tensões provocadas por escândalos de corrupção, desemprego, alta do custo de vida e pela votação do relatório que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff, os preparativos para o evento prosseguem.

    E persiste um clima de otimismo dos organizadores de que será uma boa Olimpíada.

    Independentemente dos rumos da política, os Jogos Olímpicos são um compromisso assumido pelo Brasil, em 2009, com a comunidade internacional –o COI (Comitê Olímpico Internacional), responsável pelo evento, reúne 206 comitês nacionais–, e deve ser cumprido.

    O vírus zika, que gerou intranquilidade na população brasileira e teve repercussão internacional por causa da aproximação dos Jogos, quando dezenas de milhares de estrangeiros virão ao Rio, está sendo combatido, afirmou na semana passada o ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB-PI).

    Segundo ele, no tocante aos Jogos, as ações de saúde envolvem a União, mais Estado e Prefeitura do Rio. O próprio Castro participou da inauguração do estádio de esportes aquáticos do Parque Olímpico.

    As previsões do presidente do Comitê Olímpico Internacional, o alemão Thomas Bach, feitas em fevereiro passado, dando conta de que nenhum país pretendia deixar os Jogos por causa da zika, continuam válidas. Bach adiantou ainda que o COI estava confiante de que atletas e espectadores teriam condições seguras no Rio.

    Embora várias regiões do Brasil –a do Rio entre elas– estejam sob riscos da zika, da dengue e da chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, a população parece mais conscientizada sobre o problema.

    Tira lições das ondas desses transtornos há vários anos.

    SHARAPOVA

    Apanhada em um exame antidoping do Aberto da Austrália, em janeiro, pelo uso da substância meldonium, a tenista russa Maria Sharapova cumpre suspensão automática desde fevereiro, enquanto aguarda julgamento.

    Sonhar com a participação dela na Rio-2016 parece perda de tempo. É quase impossível um atleta pego no antidoping se livrar de uma suspensão pesada. Outra questão: afastada das quadras, mesmo no caso de punição leve, como ela garantiria a vaga olímpica?

    Entretanto, a tenista e outros esportistas da Rússia, que usaram o meldonium durante anos, têm uma tese interessante para uso na defesa. A informação da companhia farmacêutica Grindelks, da Letônia, onde o medicamento é produzido, de que o organismo humano pode demorar meses para eliminar todo o vestígio da droga, dependendo do tipo de tratamento aplicado.

    Cartolas russos alegam que o uso da substância pode ter sido interrompido há meses e mesmo assim haveria o risco de aparecer em testes no início da validade da proibição, em janeiro. A droga foi banida dos esportes em setembro do ano passado.

    Será que vai colar? O esporte na Rússia está com sua credibilidade fortemente abalada por causa de escândalos de doping.

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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