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    Edgard Alves

    A segurança da Olimpíada

    24/05/2016 02h00

    Grandes eventos internacionais de futebol –como a Copa América do Centenário, nos Estados Unidos, e, principalmente a Euro, na França–, previstos para junho, serão importantes parâmetros na avaliação e ajustes dos planos de segurança dos Jogos Olímpicos do Rio.

    Forças policiais que atuam contra o terror, e que envolvem especialistas em segurança de dezenas de países, devem acompanhar aquelas competições. Os frutos do trabalho integrado certamente ajudarão positivamente nos preparativos dos Jogos no Brasil.

    Eventos internacionais do porte da Olimpíada demandam grandes esforços dos organizadores para as questões de segurança.

    O conceito dessa proteção vale para os Jogos como um todo, desde a precaução contra pequenos delitos de rua, tráfico de drogas, manifestações populares (contenção sem uso de violência) e até a sofisticação de atos de terror. Não significa que eles vão acontecer. Mesmo assim, não há meio termo no planejamento. O risco na segurança deve ser zero.

    A Copa das Confederações, em 2013, e a Copa do Mundo, em 2014, ambas no Brasil, transcorreram sem incidentes graves. Manifestações populares reivindicando melhorias econômicas e sociais foram registradas, mas nada saiu do controle. No ano seguinte, o mundo acompanhou as tragédias provocadas pelo terror em Paris e, recentemente, na Bélgica. Por isso o alerta está acionado.

    Na França, o torneio com 24 seleções europeias terá jogos em 10 cidades. Outra atração será o encontro de milhares de torcedores em frente da torre Eiffel, em Paris, para comemorações e acompanhamento de jogos em telões.

    Além dos serviços de inteligência, arma essencial da segurança em grandes eventos, as autoridades francesas preparam agentes para vigilância e monitoramento da movimentação de público dentro e nos arredores dos estádios.

    Na Copa do Centenário, 16 países das Américas disputarão partidas em dez cidades dos Estados Unidos. No quesito segurança, o torneio merece atenção especial, uma rotina para os norte-americanos desde o lamentável episódio das Torres Gêmeas.

    A segurança do Rio, segundo levantamentos, registrou aumento nos dados de violência, coincidentemente com a crise econômica do Estado. Nada muito diferente de outras regiões do país, embora bem mais preocupantes levando-se em conta a proximidade da Olimpíada.

    Há regiões na cidade em que a ação da bandidagem impede carteiros de entregarem correspondência aos moradores. Dá para entender? Outro relato na Folha apontou que a falta de recursos para gasolina provoca a redução da ronda policial. Situação de difícil compreensão em tempos normais, mais ainda faltando cerca de dois meses e meio para os Jogos.

    Para agravar esse estado de coisas, policiais militares e civis e bombeiros não têm recebido gratificação pelo adicional de serviço, fato que resulta em menos policiais nas ruas.

    Com certeza, durante os Jogos, haverá combustível e o Exército vai ocupar regiões do Rio no esforço para que tudo transcorra dentro da normalidade. Uma segurança exitosa valerá como legado, exemplo do que a população espera dos seus governantes no dia a dia.

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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