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    Edgard Alves

    Anfitriões costumam ter melhores resultados quando Jogos são em casa

    02/08/2016 02h00

    O esporte instiga a emoção dos torcedores, que acompanham as disputas sempre na esperança de vibrar com o sucesso de seus representantes. Há aqueles que torcem contra, poucos. A participação de qualquer país na Olimpíada gera expectativas nos seus habitantes.

    No caso do Brasil, desta vez existe um ingrediente especial: vai atuar em casa, com incentivo direto dos seus torcedores. Diante de tal cenário, é natural que o torcedor aumente sua dose de otimismo sobre o curso a ser traçado pela delegação nacional.

    Apesar disso, algumas dúvidas martelam na cabeça de muitos brasileiros: quantas medalhas o país vai ganhar? A delegação nacional pode dar vexame?

    Há também cidadãos que se preocupam com os gastos estatais nos esportes. Os investimentos governamentais, segundo avaliam, deveriam ter como prioridades áreas da saúde, da educação e do transporte. Talvez daí saíssem outros tipos de campeões e até medalhistas olímpicos.

    O fato é que estamos na porta da Olimpíada. E as medalhas ganham uma dimensão fora do comum. Quando um país conquista o direito de organizar os Jogos, automaticamente se vê na obrigação de aumentar o investimento na preparação de seus atletas.

    Não faz baile imaginando a dança apenas para os convidados. É de praxe o organizador da Olimpíada subir ao pódio mais vezes do que no evento anterior. Uma passagem de olhos nos quadros de medalhas dos últimos Jogos mostra essa rotina. Em Pequim-08, a China saltou de 63 para 100 medalhas; em Londres-12, o Reino Unido pulou de 41 para 65.

    O Comitê Olímpico do Brasil espera não interromper essa toada de anfitriões. Em Londres, obteve 17 pódios (melhor performance da sua história), terminando em 15º na classificação geral e, com três de ouro, em 22º.

    O COB estabeleceu uma meta a partir daqueles Jogos: colocar a delegação nacional entre as dez mais bem posicionadas na Rio-2016. Descartou o ranking convencional pelas medalhas de ouro.

    Chegou a calcular de 27 a 30 medalhas para atingir o alvo, desempenho que julgava possível. Com o tempo, reduziu o total para 25, mantendo a proposta do top 10, factível embora difícil.

    A punição imposta à Rússia, pela prática de doping, que acarretou vetos à participação de dezenas de atletas daquela potência olímpica, vai favorecer a concorrência. Entretanto, só mágica para antecipar prognóstico que aponte vantagem para o Brasil.

    A realidade é que medalhas não aumentam o feijão no prato do brasileiro. Já o esporte, alimentado por estatais, teme que a crise agrave fuga de patrocínio pós-Jogos, segundo apontou esta Folha. Torcer no Rio será apenas uma ilusão passageira?

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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