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    Edgard Alves

    É cedo para o torcedor brasileiro ficar otimista ou decepcionado com Jogos

    08/08/2016 02h00

    O saldo de medalhas do Brasil até agora não é animador, mas também não assusta. Está dentro das expectativas. A delegação brasileira fechou o segundo dia de competições apenas com a única medalha ganha na véspera, a de prata de Felipe Wu, no tiro, na pistola de ar de 10 m.

    Na verdade, foi um pouco decepcionante o início do judô, com as eliminações de Sarah Menezes e Felipe Kitadai, respectivamente, ouro e bronze na última Olimpíada. Era esperado um pouco mais da dupla. No segundo dia Charles Chibana não passou do primeiro combate. Érika Miranda chegou a lutar pelo bronze, empatou no tempo regulamentar e caiu na prorrogação (golden score).

    Nos esportes coletivos, exceto a frustrante campanha da seleção de futebol —empates com África do Sul e Iraque, ambos sem gols—, as disputas seguem mais com pontos altos do que baixos. Nos próximos dias serão finalizadas as etapas de classificação à próxima fase.

    Os Jogos Olímpicos terminam só no dia 21. É muito tempo e muita oportunidade para chegar às medalhas. A meta do Comitê Olímpico do Brasil é conquistar cerca de 25 delas, total que pode colocar a delegação nacional entre as 10 mais destacadas da competição. Em Londres, ganhou 17 (3 de ouro).

    Pascal GUYOT / AFP
    Brazil's silver medal winner Felipe Almeida Wu poses on the podium during the medal ceremony for the men's 10m air pistol shooting event at the Rio 2016 Olympic Games at the Olympic Shooting Centre in Rio de Janeiro on August 6, 2016. / AFP PHOTO / Pascal GUYOT
    Felipe Wu conquista a primeira medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio

    Apesar das chances de pódio ainda serem numerosas não significa que o Brasil conseguirá atingir a proposta do COB.Relatório divulgado pelo Goldman Sachs Group e mostrado pela Folha prevê que o Brasil ganhará 5 medalhas de ouro e 22 no total, saldo que deixará a delegação nacional fora daquele grupo que mais vezes irá ao pódio.

    O cálculo leva em conta variáveis econômicas, políticas e institucionais dos países para as suas conclusões. É uma tentativa de antecipar os fatos, porém, sem qualquer garantia de precisão.

    Deixa no ar uma ideia geral de possível cenário. Em 2012, o grupo acertou na mosca o número de medalhas (65) dos donos da casa, os britânicos.

    Outros estudos dessa natureza pelo mundo colocam o Brasil mais ou menos na mesma faixa, variando um pouco o total de medalhas. Todos, no entanto, apontam que delegação brasileira deverá encerrar o evento com campanha melhor do que a anterior, a de Londres.

    Como sempre, e sem nenhuma dúvida, os Estados Unidos vão liderar o quadro de medalhas. China e Grã-Bretanha despontam a seguir. Esse é o panorama mais óbvio da Olimpíada.

    Uma disputa interessante deve ocorrer entre os países pan-americanos. Em Londres, o Canadá chegou a 18 medalhas, uma a mais do que o Brasil e quatro na frente de Cuba. Das três delegações, por sua vez, esta foi a que mais levou ouro (4 contra 3 do Brasil e um do Canadá).

    Já no Pan de Toronto, ano passado, o Canadá liderou esse grupo disparado com 217 medalhas, seguido pelo Brasil, com 141, e por Cuba, com 97.

    Na Olimpíada a performance desse grupo do Pan não depende exclusivamente dos confrontos diretos. Os rivais são outros e as disputas mais complicadas e difíceis. Portanto, ao torcedor resta a esperança de que haverá bom espetáculo.

    Toshifumi Kitamura/AFP
    Brazil's Sarah Menezes reacts after loosing the women's -48kg judo contest repechage match against Mongolia's Urantsetseg Munkhbat during the Rio 2016 Olympic Games in Rio de Janeiro on August 6, 2016. / AFP PHOTO / Toshifumi KITAMURA
    Sarah Menezes lamenta derrota no judô
    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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