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    Edgard Alves

    Brasil precisa recuperar a chancela da Wada o mais rápido possível

    21/03/2017 02h00 - Atualizado às 10h51

    O movimento internacional de combate ao doping recorre a novos recursos a cada dia na luta contra os trapaceiros. Apesar disso, está sempre um passo atrás nessa incansável perseguição.

    Em se tratando de uma área sensível e delicada, a Wada (Agência Mundial Antidoping) decidiu que os tribunais antidoping, certificados por ela em qualquer país, devem ser integrados exclusivamente por membros independentes de organizações esportivas.

    Como a norma não é seguida à risca pelo Brasil, a Wada resiste em devolver o credenciamento à ABCD (Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem). Conforme revelou a Folha, em reportagem de Paulo Roberto Conde, cinco dos nove membros do Tribunal de Justiça Antidopagem brasileiro ferem a orientação, embora todos de reconhecida experiência na área.

    Sem a chancela da Wada, mesmo após a Olimpíada no Rio, exames antidoping feitos no Brasil não têm validade internacional. É uma questão relevante, que precisa encontrar solução o mais rápido possível.

    A luta contra o doping, no entanto, tem conflitos inesperados também fora do Brasil. No esporte olímpico dos EUA, por exemplo, no momento, virou uma faca de dois gumes.

    Enquanto a agência antidoping do país pede sanções mais enérgicas contra a Rússia, envolvida em escândalo de doping sem precedente igual, o comitê olímpico americano age com diplomacia em relação aos mesmos dirigentes na busca por apoio à sua campanha pelo direito de promover a Olimpíada de 2024. Los Angeles disputa com Paris, uma concorrência de gigantes.

    O caso da Rússia é o maior escândalo de doping do esporte. As denúncias envolveram até a participação do Estado na manipulação de resultados de testes antidoping para favorecer atletas daquele país.

    Autoridades esportivas, políticas e médicas locais refutaram todas as acusações, mas não conseguiram impedir severas punições. A equipe de atletismo da Rússia foi proibida de participar da Olimpíada do Rio. Em dezembro passado, mais de mil competidores russos foram denunciados por doping.

    Depois de resistir por algum tempo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu recentemente que ocorreram falhas no antidoping no país, mas reiterou que nunca existiu qualquer apoio estatal. A Wada, por sua vez, também recuou levemente, revelando que algumas das denúncias eram inconsistentes.

    A ação contra o doping se transformou no principal ponto da agenda do mundo dos esportes. Nenhum país está acima da lei, que deve ser igual para todos. O jogo limpo é condição primordial na disputa esportiva.

    BASQUETE 1

    A Fiba (Federação Internacional de Basquete) anunciou ter aceitado a renúncia do espanhol José Luis Sáez, que era membro do Conselho Central da entidade. Saez foi o emissário enviado ao Rio para levantar informações sobre as dívidas e a situação administrativa da CBB (Confederação Brasileira de Basquete). Após a visita do cartola, a Fiba suspendeu o basquete nacional dos seus torneios.

    Coincidentemente, o recém-eleito presidente da CBB, Guy Peixoto, tentou, sem êxito, um contato com a direção da Fiba, na tentativa de acabar com a suspensão. Mas os dois encontros, um na Suíça e outro em Porto Rico, acabaram cancelados. Não está definido ainda o próximo passo.

    BASQUETE 2

    Foi um sucesso de público e organização o Jogo das Estrelas, promovido pela LNB (Liga Nacional de Basquete), no domingo (19). Os torcedores lotaram o Ibirapuera, que teve basquete na quadra, homenagem a ídolos do passado na modalidade, show musical e brincadeiras de bola ao cesto fora do ginásio.

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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