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    Edgard Alves

    Copa das Confederações ajuda a preparar Mundial e Olimpíadas

    20/06/2017 02h00

    Carl Recine/Reuters
    Soccer Football - Russia v New Zealand - FIFA Confederations Cup Russia 2017 - Group A - Saint Petersburg Stadium, St.Petersburg, Russia - June 17, 2017 FIFA president Gianni Infantino, Russian President Vladimir Putin and Pele in the stands REUTERS/Carl Recine ORG XMIT: AI
    Pelé, o presidente da Fifa, Ganni Infantino, e o da Rússia, Vladimir Putin, na Copa das Confederações

    Apesar de a Copa das Confederações ser uma espécie de mini-taça de futebol, com apenas oito participantes, ela é uma referência importante para os próximos grandes eventos esportivos internacionais, especialmente no quesito segurança.

    A onda de atentados terroristas na atualidade e a simples hipótese de risco de que algum ato desenfreado possa ocorrer são situações que tiram o sono das autoridades policiais em geral e também provocam pesadelos aos organizadores de competições esportivas.

    Em disputa na Rússia, no momento, a Copa das Confederações é o primeiro de outros três destacados momentos do esporte mundial –Olimpíada de Inverno de PyeongChang-18, na Coreia do Sul, Copa do Mundo de futebol, na própria Rússia-18, e Olimpíada de Verão, em Tóquio-20.

    Por admitir a ideia que coloca a Copa das Confederações, a cada quatro anos, como um ponto de partida para esse ciclo de grandes eventos, não estranhei o relato nesta Folha do jornalista Fábio Aleixo, realçando a preocupação dos russos com a segurança nos estádios.

    Na reportagem, ele descreveu a postura adotada na segurança da Copa, que impede o ingresso nos estádios de qualquer pessoa sem provar que seu celular e computador estejam mesmo funcionando e não escondem nenhum tipo de explosivo em suas estruturas. No procedimento de revista, os seguranças obrigam todos a ligarem seus aparatos eletrônicos.

    Uma atitude que aborrece, não há dúvida. Mas difícil de ser rebatida, levando-se em conta os constantes atentados perpetrados mundo afora. O terror não marca hora, surpreende. Na Olimpíada de Atlanta-96, método parecido foi aplicado em pelo menos um ponto, na região central do evento, depois da explosão de bomba que causou duas mortes e ferimentos em mais de uma centena de pessoas.

    A Rússia tem na memória o recente ataque terrorista de 3 de abril no metrô de São Petersburgo, que matou 16 pessoas e deixou 60 feridos. Por isso, áreas de grande circulação como o metrô contam com vigilância semelhante à dos estádios, com revistas manuais e bolsas e mochilas passando por aparelhos de raio-X.

    No último fim de semana, uma van avançou sobre pedestres perto da saída de uma mesquita em Finsbury Park, na região norte de Londres, deixando um morto e dez feridos. A primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que foi uma tentativa doentia de destruir a liberdade religiosa. Todas as vítimas eram muçulmanas.

    Aeroportos, metrôs, shows, templos religiosos, cafés, boates, escolas, festas e estádios. Nada escapa. Atentado terrorista busca concentração de pessoas. França, Bélgica, Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos, Rússia e vários outros países viraram manchete por conta do terror nos últimos tempos.

    Há um intercâmbio internacional de forças policiais e de inteligência para combate ao terrorismo. O trabalho integrado certamente produz bons frutos, mas não garante a segurança completa.

    O Brasil passou por desafios nos últimos anos com a Copa das Confederações, em 2013, com a Copa do Mundo, em 2014, e com a Olimpíada, em 2016. Nada relevante sofreu na área de segurança. Sorte ou eficiência? Resposta quase impossível. Algo soa estranho quando detalhes despontam em tema dessa natureza. Afinal, sigilo é virtude da boa segurança.

    Portanto, diante das preocupações causadas pelo terrorismo internacional, nada mais resta ao esportista do que acompanhar a Copa das Confederações torcendo por um bom futebol e pela paz. E que venham sob bons fluídos o Mundial e as Olimpíadas.

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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