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    Edgard Alves

    Olímpicos saem da toca para aquecer alta temporada de competições

    11/07/2017 02h00

    Os esportes olímpicos saem da toca para impulsionar a alta temporada com as disputas de Mundiais e outros eventos internacionais de ponta em várias modalidades.

    Nesta semana, os esportes aquáticos dão o pontapé inicial de seus Mundiais com saltos ornamentais, seguindo-se águas abertas, polo aquático e natação, tudo em Budapeste, na Hungria. A esgrima também realiza o seu evento em Leipzig, na Alemanha; o ciclismo BMX, em Rock Hill (EUA); e o vôlei de praia, em Viena, na Áustria. Esse programa é apenas a entrada.

    A alta temporada pega fogo em agosto com o Mundial de atletismo em Londres, na Inglaterra. O esporte vai propiciar emoções mundo afora nos próximos meses. São eventos de relevo em várias modalidades. Para o Brasil, o ponto final é a festiva São Silvestre, corrida pedestre internacional pelas ruas de São Paulo, no último dia do ano.

    O futebol, é claro, ocupa um lugar especial, aqui com o Brasileiro, Libertadores, Copa do Brasil e Sul-Americana, e fora, com a definição dos países classificados para a Copa da Rússia-2018 –o Brasil garantiu sua vaga por antecipação– e com a abertura dos campeonatos nacionais europeus.

    O momento esportivo, no entanto, é bem diferente do período semelhante do ano passado, quando os esportes olímpicos reinaram por alguns meses. Um ano atrás, a etapa pré-olímpica esquentou o clima do grande evento internacional no Rio, que arrebatou as manchetes esportivas em agosto. No pós-Olimpíada, os eventos foram bem discretos.

    Um ano se passou e as notícias poliesportivas minguaram, superadas por aqui pelas abordagens de crises, fuga de patrocínios e lamentos pela falta de apoio ao esporte de alto rendimento. Não se pode dizer que essa situação surpreendeu, mas ela superou até avaliações que já eram pessimistas.

    A delegação de qualquer país que abriga uma Olimpíada apresenta evolução no rendimento e sobe no quadro de medalhas. A responsabilidade pela organização do evento é espelho também para uma preparação mais cuidadosa da representação esportiva local, que sempre conta com injeção de recursos.

    Além disso, a exposição oferecida pelos Jogos atrai investidores e patrocinadores, permitindo planos mais arrojados no trabalho com os atletas. Entretanto, quando a chama olímpica se apaga na cerimônia de encerramento, o time da casa passa a correr riscos de uma desaceleração nos investimentos no setor.

    Um planejamento a longo prazo, elaborado antes dos Jogos, pode evitar recuo no apoio aos esportes. Não foi o caso do Brasil, mais grave ainda com o cenário da crise econômica vigente, cuja tendência é tornar caótico o respaldo ao setor esportivo por várias temporadas.

    A novo perfil do esporte nacional, que vai resultar na representação do país na Olimpíada de Tóquio-2020, começa a ser desenhado a partir de agora com as disputas dos Mundiais e torneios internacionais.

    Antes da Olimpíada do Rio, a performance dos atletas brasileiros mostrava evolução em eventos internacionais. Mesmo assim, e com a vantagem de atuar em casa, sob incentivo da torcida, os resultados da delegação ficaram aquém da expectativa do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

    A previsão era de que a representação nacional atingisse ao menos a décima posição no quadro geral pelo total de medalhas. O Brasil subiu mais vezes ao pódio do que em Olimpíadas anteriores, mas terminou em 12º. lugar. Ganhou 19 medalhas (sete de ouro) contra 17 (três de ouro) em Londres-12 e 16 (três de ouro) em Pequim-08.

    A nova realidade dos esportes olímpicos do Brasil está mais repleta de incertezas do que a do último ciclo olímpico. Vai precisar de lideranças com criatividade, competência, trabalho e dedicação. Atributos que não parecem ser o forte da cartolagem nacional.

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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