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    Edgard Alves

    Vôlei está em boas mãos sob o comando de Renan Dal Zotto

    14/11/2017 02h00

    Marcio Fernandes/Divulgação CBV
    Renan dal Zotto comanda treino da seleção masculina de vôlei
    Renan dal Zotto comanda treino da seleção masculina de vôlei

    Não se mexe em time que está ganhando. Essa máxima do esporte não valeu para a seleção masculina de vôlei do Brasil, ouro na Olimpíada do Rio. Trocou o técnico. Numa decisão estritamente pessoal, o vitorioso Bernardo Rocha de Rezende, o Bernardinho, decidiu encerrar seu ciclo à frente do time. Renan Dal Zotto assumiu o posto. E tudo indica que a equipe ficou em boas mãos.

    Nesta primeira temporada sob a nova direção, a seleção iniciou com uma medalha de prata na Liga Mundial, vencida pela França, e conquistou duas de ouro, uma no Sul-Americano, que garantiu vaga no Mundial-2018, e outra na Copa dos Campeões. Faltou pouco para uma temporada perfeita, com aproveitamento de 100%. A derrota diante dos franceses na final foi apertada (3 a 2).

    Entretanto, a adaptação do novo técnico mostrou que a engrenagem continua funcionando sem patinar. Bernardinho havia comandado o time por cerca de uma década e meia. Depois de um período tão longo de sucesso, é difícil manter o padrão. Mesmo assim, a equipe resiste no pódio.

    Na época em que eram atletas, Renan e Bernardinho integraram as seleções vice-campeãs no Mundial-82, na Argentina, e na Olimpíada-84, em Los Angeles. Aqueles jogadores ficaram conhecidas como da "geração de prata".

    Apesar dessa proximidade com Renan, Bernardinho acreditava que Roberley Leonaldo, o Rubinho, assistente na seleção desde 2006, seria o seu sucessor. Mas a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) optou por Renan, que também acompanhava o time, embora em função burocrática.

    O novo treinador não descartou os campeões olímpicos na sua primeira convocação. Ficaram de fora apenas o líbero Serginho, que encerrou sua carreira na seleção, e o levantador Willian, que pediu folga.

    No transcurso da temporada, jovens valores foram chamados, iniciando um novo ciclo, contudo, sem perder o foco na proposta de tentar repetir na Olimpíada de Tóquio, em 2020, a vitoriosa campanha do Rio.

    A ideia é abrir espaço para jovens valores, mas com cautela, sem se descuidar da busca de resultados. Isto porque o Brasil ocupa posição de destaque no vôlei mundial e deve manter a competitividade de suas seleções em alto nível.

    Na Liga Mundial, o Brasil é o maior vencedor, com nove títulos. Acumula três no Mundial. Nas duas competições, as últimas vitórias vieram em 2010. Na Olimpíada são cinco medalhas (três de ouro e duas de prata).

    Renan reafirmou, em entrevista recente à rádio CBN, que ele e Bernardinho sempre estiveram próximos no entendimento do vôlei, destacando como pontos básicos a exigência, o treinamento e o empenho.

    No ano que vem, o Mundial vai acontecer em setembro, em seis cidades da Itália e da Bulgária. O Brasil já levantou o troféu de campeão em 2002, 2006 e 2010.

    A novidade da temporada, no entanto, será a Liga das Nações, que substituirá a Liga Mundial, no masculino, e o Grand Prix, no feminino. Cada um desses eventos terá 12 seleções permanentes e quatro vagas rotativas.

    No masculino, a competição vai contar com Brasil, Argentina, China, França, Alemanha, Irã, Itália, Japão, Polônia, Sérvia, Estados Unidos e Rússia, as fixas, mais Austrália, Bulgária, Canadá e Coreia do Sul. Estão programadas cinco etapas, com três jogos em cada uma delas, mais a fase final.

    Tanto a Liga, um evento anual desgastante, com muitos jogos e viagens, como o Mundial, disputado a cada quatro anos, são competições desafiadoras. O desempenho nessas disputas vai propiciar ilações sobre um possível pódio olímpico para 2020. Por ora, ainda é cedo.

    edgard alves

    Jornalista esportivo desde 1971, escreve sobre temas olímpicos. Participou da cobertura de seis Olimpíadas e quatro Pan-Americanos. Escreve às terças.

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