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    Eduardo Cucolo

    Denúncia contra Temer deve esquentar a 'Black Friday' de Brasília

    25/11/2016 02h00

    Alan Marques/Folhapress
    O presidente Michel Temer e o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, na cerimônia de apresentação do Novo Cartão Construcard, no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (24).
    O presidente Michel Temer

    BRASÍLIA - Gastar dinheiro em ações como a Black Friday, na qual se compra por menos aquilo que não é necessário, é quase sempre um mau negócio. O comerciante vive disso. É a especialidade dele. O consumidor jamais levará vantagem. Aceite e poupe. Independentemente da sua posição política.

    Se você não gosta do governo Michel Temer, para quê consumir, estimular a economia para deixar o Henrique Meirelles feliz e pagar impostos que serão gastos com coisas com as quais você não concorda?

    A Black Friday de uns pode virar a ajuda no caixa de um governador irresponsável na semana seguinte. Ou vai pagar o salário de um ministro que já recebe acima do teto constitucional. Ou virar verba de um deputado que vota pela própria anistia.

    Quem não acredita na legitimidade do governo também não vai comprar um título público. Talvez um CDB, uma LCI ou LCA. Se a pessoa também for contra o sistema bancário, pode optar por uma ação de empresa estatal (muitas numa espécie de Black Friday permanente desde 2014), o que não fere a ideologia de ninguém.

    Os quase 10% que aprovam o governo poderiam usar a sexta-feira para comprar títulos públicos. Não é gente suficiente para provocar grandes oscilações de mercado.

    Empreste recursos para o Tesouro. Mostre confiança na solvência do país e ainda seja remunerado com juros de dois dígitos por até dez anos. Lembre-se: você acredita que a PEC do teto permitirá a redução sustentada da taxa básica de juros durante esse período. Lucro garantido.

    No Tesouro Direto, a verdadeira liquidação foi feita pela Dilma, com ajuda do Eduardo Cunha. O Trump ainda pode ajudar quem esperar até 2017 para aplicar o dinheiro.

    Mas será difícil resistir à oportunidade desta "sexta-feira negra". As novas manchetes do governo Temer devem garantir um jurinho mais alto e dar à expressão importada um lugar no vocabulário político nacional.

    eduardo cucolo

    É secretário de Redação de Edição da Sucursal Brasília. Formado em jornalismo, escreve sobre economia e política desde 2000.

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