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O Presidente da República, Michel Temer (PMDB), durante entrevista à Folha no Palácio do Planalto |
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Thursday, 02-May-2024 09:47:42 -03Eduardo Cucolo
Mudanças no IR ajudariam a reduzir rombo nas contas públicas
11/04/2017 02h00
BRASÍLIA - Os números não sustentam a crítica de que o presidente Michel Temer pratica uma política econômica recessiva com objetivo de beneficiar grandes bancos.
Para alguns setores da esquerda, fazer superavit, ou seja, gastar menos do que se arrecada para reduzir a dívida pública, é pagar juro a banqueiro. Pois Temer encerrará seu mandato em 2018 com um rombo acumulado de mais de R$ 400 bilhões, três vezes o tamanho do buraco deixado por Dilma.
Será o primeiro presidente desde o fim da hiperinflação que não economizará um real para pagamento da dívida. Só por isso, já mereceria um busto em frente a uma ocupação de prédio público.
Pode ser também o primeiro presidente a deixar o governo com a taxa básica de juros abaixo de dois dígitos (8,5%, pelas projeções do mercado).
Ressalte-se que, no Brasil, os resultados econômicos têm se dado mais por questões de circunstâncias, como estar na Presidência na hora certa (hoje, nem tão certa assim) do que de ideologia (no Brasil, tentar fazer a coisa certa da maneira errada).
O atual presidente, no caso, lida com as hoje inevitáveis quedas da inflação e da arrecadação por causa da crise econômica. Ironicamente, Temer poderá baixar os juros como Dilma sempre quis.
Também deveria seguir o exemplo da antecessora no segundo caso.
Em 2015, Dilma propôs tirar R$ 8 bilhões dos mais de R$ 30 bilhões arrecadados pelo Sistema S, mas foi vencida pela Fiesp. Um projeto do senador tucano Ataídes Oliveira tenta ressuscitar a ideia. No final do mesmo ano, com a ajuda do então aliado Romero Jucá (PMDB-RR), quis aumentar o Imposto de Renda sobre aplicações financeiras (mais R$ 10 bilhões), mas abandonou a ideia.
Por último, tentou aumentar a tributação sobre heranças, doações, atletas e artistas. Por último mesmo. Uma semana depois, Dilma deixou o cargo. E o Wagner Moura ainda reclama do impeachment...
É secretário de Redação de Edição da Sucursal Brasília. Formado em jornalismo, escreve sobre economia e política desde 2000.
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