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    Eduardo Cucolo

    Rombo no Orçamento coloca reajuste de servidor em xeque

    29/07/2017 02h00

    Pedro Ladeira-20.mar.2017/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 23-03-2017, 12h00: O presidente Michel Temer, acompanhado dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Eliseu Padilha (Casa Civil) e Marcos Pereira (MDIC) durante Cerimônia de lançamento do Novo Processo de Exportações do Portal Único de Comércio Exterior. No Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente Michel Temer

    BRASÍLIA - O presidente Michel Temer terá a chance de corrigir seu primeiro grande erro na área econômica: o reajuste concedido a servidores no momento em que buscava apoio para garantir o afastamento definitivo de Dilma Rousseff. A revisão está em discussão no governo, que define nos próximos 30 dias a proposta orçamentária de 2018.

    Há aumentos aprovados pelo Congresso e sancionados pelo Executivo previstos para 2018 e 2019. O adiamento da medida em seis meses, por exemplo, pode gerar uma economia próxima da arrecadação prevista com a tributação adicional dos combustíveis, anunciada recentemente, de cerca de R$ 10 bilhões.

    Destaque-se que o reajuste previsto de 6,5% é quase o dobro da inflação estimada para o fim deste ano.

    No início do governo FHC, a despesa com pessoal comprometia 54% da receita líquida da União, percentual que caiu pela metade (27%) até os primeiros anos da gestão Lula.

    Os generosos aumentos concedidos desde então aumentaram esse comprometimento para quase 40%.

    No Executivo, a renda média dos servidores civis supera R$ 10 mil. Algumas carreiras têm salário inicial superior a isso. No Ministério Público da União, que reivindica uma correção de 16%, a média é de R$ 16.280, valor próximo do verificado no Legislativo e no Judiciário.

    No Rio de Janeiro, servidores estão sem receber salário, pois o Estado não tem autorização para se endividar sem aval da União. Na esfera federal, sempre há como pagar, por meio de mais endividamento, jogando a conta para o restante da sociedade.

    O principal entrave para uma renegociação será a resistência de sindicatos do funcionalismo, que já se mobilizam com ameaças de greve, além de conseguir o apoio do Congresso, sobre o qual os servidores têm forte influência, na véspera do ano eleitoral. São duas forças que o governo fragilizado de Temer tem evitado contrariar.

    eduardo cucolo

    É secretário de Redação de Edição da Sucursal Brasília. Formado em jornalismo, escreve sobre economia e política desde 2000.

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