• Colunistas

    Tuesday, 07-May-2024 20:15:07 -03
    Eduardo Sodré

    Desconto não cobre insegurança

    EDUARDO SODRÉ
    EDITOR-ADJUNTO DE 'VEÍCULOS'

    05/01/2014 03h00

    O consumidor está mais atento aos rótulos. Discussões sobre a qualidade do que comemos ocupam fóruns na internet e mostram uma saudável preocupação. Cuidado semelhante deve ser tomado na hora de escolher um carro zero-quilômetro.

    Nesse início de ano, concessionárias ainda terão em seus estoques modelos populares novos desprovidos de freios ABS e airbags. É bom evitá-los, por questão de saúde.

    Ao impedir que as rodas travem em uma frenagem de emergência, situação que deixa o veículo fora de controle, o ABS pode ser a diferença entre uma colisão fatal e uma manobra segura. Se tudo der errado, ainda haverá bolsas infláveis para suavizar o impacto da cabeça e do tórax contra a coluna de direção.

    Será preciso resistir às tentações, pois os vendedores terão argumentos fortes. Como foram produzidos antes da mudança da alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), os modelos sem os itens de segurança custarão menos e deverão oferecer vantagens adicionais.

    Para cumprir metas e livrar-se do estoque, fabricantes e concessionárias já preparam seus feirões.

    Entretanto, se o carro novo em questão não atender às novas normas, resista. Apesar de tudo parecer mais fácil, com preço baixo e pronta entrega, descontos não compensam insegurança.

    A Renault, por exemplo, ainda não divulgou os preços do Clio com airbags e ABS. Carros com esses equipamentos só chegarão em março, pois ainda há modelos 'antigos' na rede concessionária, com preços a partir de R$ 24.450.

    Na Chevrolet, o Celta só é encontrado com os equipamentos de segurança nas versões mais caras, vendidas por cerca de R$ 31 mil. Há também unidades do Fiat Mille e do Volkswagen Gol G4 -ambos já deixaram de ser produzidos.

    Pela norma, os carros fabricados em 2013 que não têm airbags ou ABS poderão ser comercializados como modelos novos até o fim de março. O que virá depois disso ainda é especulação. Ao consumidor, cabe levar a sério sua integridade física. Automóveis mais seguros fazem bem à saúde.

    eduardo sodré

    Carioca, é especializado no setor automotivo, que cobre desde 1999. Escreve aos domingos, mensalmente.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024