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    Eduardo Sodré

    Exportar é preciso?

    12/04/2015 02h00

    O recorde nacional de exportações de automóveis é recente. Foi estabelecido em 2013, quando 563 mil veículos leves e pesados cruzaram as fronteiras do país. A imensa maioria -mais de 80% do total- foi parar na Argentina.

    De lá para cá, só notícias ruins no setor. Países vizinhos em crise, problemas internos com custos logísticos, falta de competitividade global, vendas em queda, arrocho na concessão de crédito.

    As exportações despencaram, e agora a Anfavea (associação nacional das fabricantes) busca retomar acordos comerciais por meio de um plano voltado a outra nações. É um dos principais temas discutidos nas reuniões entre a entidade e o conselho interministerial.

    Mirar no exterior para escoar a produção nacional de veículos está entre as soluções apontadas para a crise do setor automotivo. Será mesmo? As marcas que vão bem neste momento turbulento focaram no consumidor brasileiro, e já nasceram com produção adequada à demanda, como a Hyundai do Brasil e a Honda.

    Por ter uma indústria prioritariamente voltada para modelos de entrada, o carro nacional tipo exportação atende a mercados menos exigentes das Américas.

    O limite é o México, para onde vão modelos como hatches compactos e picapes pequenas. Do outro lado do oceano, as possibilidades estão na África, em alguns países da Ásia e no leste europeu.

    A VW já enviou carros para os Estados Unidos, e chegou-se a acreditar que o Ford EcoSport teria alguma chance por lá também, quando uma unidade andou saracoteando por Detroit. Apenas utopia, pois o conceito interessante esbarrava em regras e anseios bem acima do que a indústria nacional tinha a oferecer.

    Exportar é preciso, mas não é a saída principal. O potencial da indústria ainda está no mercado interno, apesar de, neste momento, o gigante do consumo estar adormecido.

    eduardo sodré

    Carioca, é especializado no setor automotivo, que cobre desde 1999. Escreve aos domingos, mensalmente.

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