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    Eliane Cantanhêde

    Triângulo das Bermudas

    08/06/2014 02h00

    BRASÍLIA - Dilma cai nas pesquisas, Lula sobe nos palanques e o PT e a campanha quebram a cabeça – ou batem cabeça?– buscando caminhos para garantir a vitória.

    Enquanto isso, Aécio Neves, apesar de ter oscilado de 20% para 19%, vai se afirmando como virtual adversário no segundo turno e avança pelos três maiores colégios eleitorais: Rio, São Paulo e Minas, que reúnem em torno de 40% dos votos.

    Um dos principais fatos políticos da semana passada, além das greves paulistanas e do Datafolha, foi a demonstração de força de Aécio no Rio, onde a chapa "Aezão" (Aécio para presidente, e o pemedebista Pezão para o governo) pegou.

    Ele estrelou um evento organizado pela cúpula do PMDB estadual, com 1.600 lideranças e gente de 17 partidos. Demonstra tanto o potencial da campanha tucana quanto as incertezas da candidatura petista.

    Em São Paulo, surpreende a capacidade de resistência do governador Alckmin, que sobrevive a greves, manifestações, violência e até falta de água (?!), com 44 % das intenções de votos. Talvez por isso –e pela baixa aprovação do prefeito Fernando Haddad (PT)– Aécio já esteja empatado com Dilma na capital. Os dois mineiros têm ali os mesmos 21%.

    Os intrincados arranjos de Alckmin com o PSB de Campos e com o PSD de Kassab podem descolar Aécio de Dilma e levá-lo à liderança no Estado. Especialmente, claro, se uma chapa Alckmin-Kassab esgarçar o já frágil apoio do PSD a Dilma.

    Em Minas? Aécio deixou o governo com alta aprovação e esta é a grande chance de um mineiro "de verdade" (Dilma é meio gaúcha) subir a rampa depois de Itamar, que chegou pela porta lateral e era baiano. Dificilmente Aécio perderá em Minas.

    Um fator relevante é que todos esses arranjos ocorrem num momento em que Dilma não convence, Aécio precisa crescer e todos disputam um eleitor irascível e forte: o sr. Voto Nulo Branco Indeciso da Silva.

    Ah! E o Pastor Everaldo vem aí.

    eliane cantanhêde

    Escreveu até novembro de 2014

    Jornalista, foi colunista da Página 2 da versão impressa da Folha. É também comentarista do telejornal "GloboNews em Pauta" e da Rádio Metrópole da Bahia.

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