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    Elio Gaspari

    Com Marcela, pararam de chamar a mulher do presidente de 'dona'

    30/10/2016 02h00

    Pedro Ladeira/Folhapress
    BRASILIA, DF, BRASIL, 05-10-2016, 10h00: O presidente Michel Temer, acompanhado da primeira dama Marcela Temer, dos ministros Osmar Terra (Desenvolvimento Social), Eliseu Padilha (Casa Civil), Alexandre de Moraes (Justiça), durante cerimônia de lançamento do programa Criança Feliz, no Palácio do Planalto. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress, PODER)
    O presidente Michel Temer e a primeira-dama Marcela Temer no Palácio do Planalto

    Natasha não faz questão que a chamem de madame e acredita que o idioma tem uma dívida com Marcela Temer. Desde que ela chegou ao pedaço, pararam de chamar a mulher do presidente da República de "Dona".

    Michelle Obama é Michelle, mas a mulher de Lula era "dona Marisa Leticia". Natasha lembra-se do tempo em que a mulher do sindicalista barbudo era apenas Marisa.

    O uso desse tipo de tratamento tem um toque senzalesco, como se a sinhá do presidente fosse dona dos súditos. Esquisito, porque a doutora Rousseff, que tomou conta da casa-grande nunca foi chamada de "Dona Dilma".

    RECORDAR É VIVER

    Por falta de assunto, de candidatos e de paciência com os políticos, aqui e ali pipoca uma especulação em dois tempos:

    O Judiciário cassa a chapa Dilma-Temer vagando a Presidência da República.

    Isso acontece depois de 1º de janeiro e o novo presidente deverá ser eleito pelos parlamentares que estiverem em liberdade. Ele governará até o dia 1º de janeiro de 2019. A candidatura rola para a cadeira da presidência do Supremo Tribunal Federal e assim a ministra Cármen Lúcia assume.

    Repetir-se-ia, parcialmente o modelo de 1945, quando o presidente do STF, ministro José Linhares, foi colocado no palácio do Catete. Ele assumiu num momento de anarquia militar e ao ser convocado, perguntou onde estava Agamenon Magalhães, seu padrinho e responsável pela sua ida para o tribunal. Preso, informaram. Soltem-no, pois do contrário não assumo.

    Linhares ganhou o apelido de José Milhares, pela quantidade de parentes que empregou. Ele governou de outubro de 1945 a 31 de janeiro de 1946.

    elio gaspari

    Nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por 'As Ilusões Armadas'. Escreve às quartas-feiras e domingos.

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