• Colunistas

    Friday, 03-May-2024 12:33:31 -03
    Elio Gaspari

    As diferenças da bolsa ditadura paga a Lula e às vítimas da repressão alemã

    19/03/2017 02h00

    Reprodução
    O ex-presidente Lula em vídeo de interrogatório realizado na 10ª Vara Federal de Brasília
    O ex-presidente Lula em vídeo de interrogatório realizado na 10ª Vara Federal de Brasília

    BOLSA DITADURA

    Outro dia Lula revelou que desde 1996 recebe uma Bolsa Ditadura que hoje vale R$ 6.000 mensais. É a indenização devida por 31 dias que passou na cadeia.

    Feita a conta, Nosso Guia embolsou algo como R$ 1,5 milhão.

    Não se pode comparar o tamanho da bolsa da Viúva brasileira com a da alemã. Também não se pode comparar os 21 anos da ditadura brasileira com os 44 da ditadura comunista da Alemanha Oriental, durante a qual foram presas 250 mil pessoas.

    Na Alemanha, as vítimas da repressão receberam uma indenização equivalente a R$ 1.000 para cada mês de prisão. Se o cidadão passou mais de 180 dias na cadeia e depois da unificação vivia com necessidades financeiras, habilitava-se para uma pensão mensal de uns R$ 900.

    A Bolsa Ditadura de Lula rendeu-lhe R$ 41 mil para cada dia que passou na cadeia.

    VOTO DE LISTA

    Com a ajuda do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, políticos de diversos partidos voltaram a cabalar uma reforma eleitoral que institua o voto de lista. Trata-se de um sistema pelo qual o eleitor vota no partido e as caciquias influem na ordem em que serão elencados os candidatos determinando o acesso aos mandatos. No PMDB, por exemplo, brilharia o discernimento do seu presidente, o senador Romero Jucá. No PSDB, de Aécio Neves.

    Vale a pena resgatar o argumento de um grão-tucano durante a última tentativa de adoção do voto de lista: "Estou cansado de pedir votos".

    Pedro Ladeira - 15.mar.2017/Folhapress
    Reunião entre Michel Temer, Eunicio Oliveira, Rodrigo Maia e Gilmar Mendes sobre reforma política
    Reunião entre Michel Temer, Eunicio Oliveira, Rodrigo Maia e Gilmar Mendes sobre reforma política

    A manobra falhou, mas ele se deu bem, tornando-se suplente de senador.

    *

    Leia mais textos da coluna deste domingo (19):

    elio gaspari

    Nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por 'As Ilusões Armadas'. Escreve às quartas-feiras e domingos.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024