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    Elio Gaspari

    Eremildo, o idiota, não entendeu liberdade concedida a Pizzolato

    31/12/2017 02h00

    Foto: Pedro Ladeira/Folhapress
    Henrique Pizzolato, ex-diretor do BB, deixa penitenciária após ter liberdade condicional garantida
    Henrique Pizzolato, ex-diretor do BB, deixa penitenciária após ter liberdade condicional garantida

    Eremildo é um idiota à espera de um indulto. Ele aprecia a dicção do ministro Luís Roberto Barroso e encantou-se quando ouviu-o dizer que "vivemos uma tragédia brasileira (...) um país que se perdeu pelo caminho, naturalizou as coisas erradas".

    Por cretino, Eremildo não entendeu a decisão de Barroso que concedeu liberdade condicional a Henrique Pizzolato, ex-diretor do Banco do Brasil, condenado a 12 anos de prisão em 2012.

    Seguindo as normas, Barroso registrou que ele é réu primário, tem bons antecedentes e cumpriu um terço da pena com bom comportamento na penitenciária.

    Só um idiota como Eremildo seria capaz de lembrar alguns antecedentes do doutor, que se torna caso clássico de naturalização da coisa errada. Condenado, Pizzolato fugiu do país usando identidade falsa e só foi capturado cinco meses depois, graças a uma operação da polícia italiana. Com dupla nacionalidade, tentou evitar que o devolvessem ao Brasil. É o paradoxo de Pizzolato: Preso, é um santo. Solto é que são elas.

    MALVADEZA

    De um juiz malvado: "Temer mandou sua equipe redigir uma Medida Provisória criando o 'indulto preventivo'. Assim os seus 'homens bons' serão perdoados antes mesmo de serem condenados."

    CANCELLIER

    Na terça-feira, completam-se três meses da manhã em que o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luís Carlos Cancellier, matou-se. Ele havia sido preso e, solto, estava proibido de entrar no campus. O ano termina hoje, mas ainda não se sabe o que a Polícia Federal apurou com a barulhenta Operação "Ouvidos Moucos". Até agora, nadinha.

    BOLIVARIANISMO

    Há algo de teatro no virtual rompimento de relações diplomáticas do governo da Venezuela com o Brasil. Com a radicalização, Nicolás Maduro ganhou mais um pretexto para não pagar a empresários brasileiros o que lhes deve.

    São quase US$ 300 milhões em créditos de exportações e pelo menos US$ 1 bilhão devido a empreiteiras de Pindorama que se meteram na aventura da diplomacia petista.

    A Odebrecht chegou a ter 13 mil trabalhadores em seus canteiros venezuelanos.

    BENDINE E A SBM

    A multinacional SBM fechou um acordo com a Viúva aceitando pagar US$ 340 milhões para poder voltar a fazer negócios com a Petrobras.

    Em 2015, logo depois de assumir a presidência da estatal, o doutor Aldemir Bendine admitiu a possibilidade de trabalhar com a SBM, "uma importante fornecedora", apesar de ela estar mais suja que pau de galinheiro e banida.

    Bendine está na cana de Curitiba. Alguém poderia perguntar de onde ele tirou a ideia de contratar a SBM e como calculou a importância.

    GILMAR RESPONDE

    O ministro Gilmar Mendes rebate a informação de que solta presos do andar de cima, sem dar atenção aos do andar de baixo.

    Ele informa que julga os casos que lhe chegam à mesa e lista 15 habeas corpus que concedeu ao andar de baixo. Um envolvia a tentativa de furto de uma barra de chocolate. Oito habeas corpus foram para gestantes e lactantes presas. No seu conhecido estilo, Gilmar atira: "Vocês, jornalistas, não se interessam em divulgar HC concedido a pobre; vocês só gostam de ricos".

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    Leia outros textos da coluna deste domingo (17):

    elio gaspari

    Nascido na Itália, veio ainda criança para o Brasil, onde fez sua carreira jornalística. Recebeu o prêmio de melhor ensaio da ABL em 2003 por 'As Ilusões Armadas'. Escreve às quartas-feiras e domingos.

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