RIO DE JANEIRO - O massacre de Realengo completa cinco anos nesta quinta (7). Na ocasião, Wellington Menezes de Oliveira, 23, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, na zona oeste, armado com duas pistolas. Fez mais de 60 disparos. Matou 12 crianças e feriu mais de dez pessoas. Ao ser baleado por um policial, ele cometeu suicídio.

O crime expôs a mente perturbada do ex-aluno responsável pela sequência brutal de mortes. Por outro lado, o episódio evidenciou a fragilidade da segurança nas escolas públicas do Rio. Não havia porteiro na Tasso da Silveira naquela manhã de 2011. Diante da falha, a prefeitura contratou seguranças para controlar os acessos nas escolas da rede.

Há dois anos, o município encerrou o contrato com a firma especializada. Desde então, não existem seguranças na entrada da Tasso da Silveira ou em qualquer outra escola do município. A mesma situação se repete na rede estadual. "Ter um porteiro que conheça os alunos, suas famílias, também é parte do processo pedagógico", ressaltou Rosilene Almeida, professora de uma escola da zona oeste do Rio. No esforço para contornar o problema, professores e funcionários de áreas administrativas costumam se revezar na função de porteiro.

Para os educadores, a segurança é apenas um dos problemas da rede pública. De acordo com relatório elaborado pelo Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio, seja em escola municipal ou estadual, as deficiências são semelhantes. Faltam materiais básicos: do papel higiênico ao papel ofício.

Equipamentos, como máquinas de xerox e aparelhos de ar condicionado, acabam desativados por ausência de manutenção. Além disso, várias escolas precisam de reformas emergenciais em suas instalações. Mudar este cenário exigiria empenho e investimento, algo improvável em tempos de crise política e financeira.