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    Fabio Brisolla

    Copacabana dividida

    14/04/2016 02h00

    RIO DE JANEIRO - A praia de Copacabana virou ponto estratégico nas manifestações deste domingo. O que pode ser um problema. Pela manhã, defensores do governo da presidente Dilma Rousseff vão organizar uma passeata ao som de funks da produtora de bailes Furacão 2000. No início da tarde, a orla será ocupada por grupos favoráveis ao impeachment.

    Diante da polarização política atual, marcada por discussões inflamadas em redes sociais, paira a dúvida sobre o desfecho desta proximidade nas ruas. "O morro vai descer para o asfalto. Os funkeiros vão pra rua", diz Rômulo Costa, dono da Furacão 2000, que está convocando os frequentadores de seus bailes.

    A estratégia da primeira turma é chamar a atenção antes da votação em Brasília, com início a partir das 14h. Desta forma, as primeiras notícias seriam sobre a mobilização em Copacabana em defesa do governo.

    "É uma forma de pressionar os deputados. Antes de votar, eles vão constatar o alcance da nossa manifestação", diz Caíque Tibiriçá, um dos representantes da Frente Brasil Popular, que reúne entidades de classe, movimentos populares e sindicatos como a CUT.

    Os representantes do MBL (Movimento Brasil Livre) questionam a presença na praia dos defensores de Dilma. Citam o artigo da Constituição que garante o direito à manifestação desde que esta não interfira em outra reunião previamente convocada para o mesmo local.

    "Nosso movimento protocolou primeiro o pedido para ocupar a orla de Copacabana. Eles falam tanto sobre golpe, mas isto sim é dar um golpe", critica Anderson Bourner, representante do MBL.

    A PM do Rio chegou a um acordo com as duas partes. Os primeiros ficarão na orla entre 9h e 13h. Já o segundo grupo pode permanecer na avenida Atlântica entre 15h e 19h. Se todos respeitarem os horários estabelecidos, talvez não haja confusão.

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