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    Fábio Seixas

    Clara evidência

    DE SÃO PAULO

    07/09/2012 03h30

    FORAM SÓ duas voltas. A F-1 não precisou de muito tempo para começar a assistir a uma das grandes histórias do ano --embora, àquela altura, talvez ninguém imaginasse que alcançaria tal dimensão de estupidez.

    GP da Austrália, 18 de março, abertura da temporada. Na segunda volta, Maldonado e Grosjean bateram. O francês abandonou a prova ali. O venezuelano continuou, mas não terminou ileso: rodou sozinho e bateu forte na última volta.

    Pronto. Estavam ali, apresentados, os trapalhões do Mundial. Que naquele momento eram vistos assim, sujeitos simplesmente estabanados. Mas que já se tornaram dois dos mais pavorosos estorvos de todos os tempos.

    Porque o que Grosjean e Maldonado estão fazendo já extrapolou o "engraçado", o "curioso", o "folclórico". Tornou-se "perigo de vida", expressão não minha, mas proferida por seus colegas.

    A folha corrida, depois de Melbourne, é extensa.

    Na Malásia, Grosjean bateu em Schumacher. Em Barcelona, acertou Pérez. Em Mônaco e Silverstone, acidentou-se sozinho --menos mau.

    E Maldonado? Bom, na Malásia ele acertou o companheiro, Bruno. Em Mônaco, a vítima foi De la Rosa. Em Valencia, tirou Hamilton do GP. E, em Silverstone, o alvo de seu carro-torpedo foi Pérez.

    Mas ambos alcançaram o ponto mais alto --ou mais baixo, dependendo do ponto de vista-- em Spa-Francorchamps, no fim de semana.

    Maldonado conseguiu levar três punições. Uma no sábado, por atrapalhar Hulkenberg na classificação. E duas no domingo: uma por queimar a largada, outra por bater em Glock. Para Monza, no domingo, já perdeu dez posições no grid --isso se não aprontar de novo até lá.

    Já Grosjean mostrou que é possível desligar o cérebro. Antes da primeira curva, bateu em Hamilton, decolou sobre Alonso, acertou Pérez. Por pouco, muito pouco menos, não decepou o espanhol.

    Apesar de todo esse histórico, tudo o que a FIA fez foi suspender o francês por um GP.
    Maldonado, nem isso. As evidências de que eles não têm competência e equilíbrio para correr na F-1 são claras. É incompreensível que a FIA fique de braços cruzados, esperando uma tragédia.

    Sim, eles podem ser gauches na vida, todos têm esse direito. Mas é mais seguro que o façamos longe da F-1.

    HERÓI

    Esta coluna não seria esta coluna se não aplaudisse, de pé, a façanha de Zanardi.
    O que o italiano conseguiu na quarta-feira pode não ter sido inesperado, mas foi a coroação da maior recuperação de um atleta de que se tem notícia. E hoje pode vir outro ouro, na prova de maratona.
    É um verdadeiro herói.

    fabio.seixas@grupofolha.com.br

    fábio seixas

    Escreveu até junho de 2016

    É jornalista com mestrado em Administração Esportiva pela London Metropolitan University, da Inglaterra.

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