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    Fábio Seixas

    Vitória do talento

    23/08/2013 03h00

    Raikkonen é piloto da Lotus, equipe que o resgatou do rali no ano passado em meio a alguma desconfiança. Seu contrato termina em dezembro e a equipe pretende mantê-lo.
    Não está sendo fácil. O problema é que mais gente o quer.

    A primeira a aparecer no circuito foi a Red Bull. Que, com a saída de Webber, terá uma vaga aberta para 2014. Nos últimos dias, o empresário do finlandês deu por encerradas as tratativas, mas ontem Horner, chefe da equipe, disse que eles ainda negociam.

    Será?

    Na sequência veio a Ferrari. As primeiras especulações apontavam o finlandês para a vaga de Massa, cujo contrato também termina no fim do ano. Depois que Alonso e Montezemolo se estranharam, porém, a imprensa europeia passou a falar em Raikkonen para o lugar do espanhol. Nesta semana, com o bicampeão colocando panos quentes na polêmica, o vento mudou de novo: o brasileiro seria o ameaçado.

    Será?

    A mais nova pretendente ao finlandês seria a McLaren. Insatisfeito com a equipe, Button iria para a Ferrari, com quem já flertou algumas vezes. Assim, Raikkonen voltaria para Woking, por onde correu de 2002 a 2006.

    Será?

    A resposta do colunista é um sonoro "não sei".

    (Só sei que, de todas as histórias malucas que circularam nos últimos tempos, a mais divertida e plausível --por se tratar de Raikkonen-- é a do "Die Welt", jornal alemão: ele teria contado para amigos, durante uma bebedeira em Helsinque, que vestirá vermelho de novo em 2014. Quase dá para visualizar a cena.)

    O curioso é que, dois anos atrás, ninguém lembrava dele nas especulações sobre o mercado.

    E o motivo era compreensível, embora soe ridículo agora.

    Não é que Raikkonen seja ruim de marketing. Vai além disso. Ele é o completo antimarketing.

    Do tipo que joga contra.

    Tê-lo envergando sua marca é um enorme risco. Num dia ele está no pódio com seu boné. No outro, em sites de celebridades em meio a uma festa selvagem.

    Acontece que seus resultados falaram mais alto. Com a Lotus, uma equipe apenas mediana, foi terceiro colocado no Mundial passado e é o vice-líder hoje.

    Das 30 corridas que disputou desde o retorno, pontuou em 29. Já são 27 GPs seguidos nos pontos, recorde da F-1.

    Atingiu um estágio de excelência que faz o diretor-esportivo de uma equipe telefonar para o diretor de marketing e dizer: "Desculpe, mas não tem jeito, tem que ser ele".

    A valorização do talento de Raikkonen é um belo golpe nas chatices que fazem parte da F-1 e que foram grandes responsáveis por afastá-lo dela, em 2009.

    O esporte agradece.

    fseixasf1@gmail.com

    fábio seixas

    Escreveu até junho de 2016

    É jornalista com mestrado em Administração Esportiva pela London Metropolitan University, da Inglaterra.

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