A F-1 é um ambiente fechado. Exclusivo. Arrogante, muitas vezes. Impenetrável, tantas outras. Mas cheio de furos.

Porque, no fundo, é feita por gente. E gente com ego muito inflado, que muitas vezes não consegue controlar a língua.

Como Alonso. Elogiado por Zetsch, o chefe da Mercedes, ele aproveitou para atacar a Ferrari.

"É sempre bacana quando alguém reconhece seu trabalho e sua luta para alcançar os objetivos. Mas é estranho ver esses bons comentários vindo de fora, quando as pessoas próximas de você falam justamente o oposto." Uau.

A declaração poderia ficar por aí e perder força com o passar dos dias. Mas encontrou outro ego inflado pelo caminho: o de Montezemolo.

"Fernando é o melhor piloto do mundo, um cara que sempre dá 200% nas corridas. Ele sabe o quanto conto com sua ajuda para a equipe. Mas é incrível que haja supostos especialistas que não entendem isso e que estão sempre tentando criar polêmicas."

Escusi, Luca, mas neste caso a imprensa apenas reproduziu as declarações. Foi seu piloto que acendeu o fósforo.

A insatisfação de Alonso na Ferrari está agora escancarada. E dá para entender.

O espanhol chegou a Maranello em 2010 crente de que poderia repetir a era Schumacher. Braço para isso ele tem, concordo com a primeira frase de Montezemolo. O problema é que a equipe em torno dele já não era a mesma. Longe daquilo.

Alonso sofreu com uma gestão fraca, que só agora começa a ser substituída. Os resultados, porém, ainda devem demorar. Esta temporada já está perdida. O chefe da melhor equipe o elogia. E, além disso, a relação dentro da escuderia italiana está ruim.

Muita coisa está acontecendo. E todas no sentido do fim de relacionamento com a Ferrari.

Montezemolo pode conseguir segurar o melhor piloto da F-1? Pode, nas internas, com algumas boas conversas e algum bom dinheiro na mesa. Mas para isso ambos precisam controlar os discursos.

O que é improvável, no caso do piloto, se o carro continuar tão atrás da concorrência... (Alonso tem contrato até 2016, alguém há de lembrar. Eu retruco: na F-1, contratos existem para ser rasgados.)

BONITO

Algo muito bacana está acontecendo no Mundial de GT.

Depois de um ano de aprendizado, a equipe brasileira começa a colher os primeiros resultados.

No domingo, em Brands Hatch, a dupla formada por Cacá Bueno e Sergio Jimenez subiu duas vezes ao pódio, em terceiro lugar. Poderia ser melhor: Valdeno Brito e Matheus Stumpf lutavam pelo segundo lugar até uma punição mal explicada.

Para completar, outro brasileiro, Cesar Ramos, está entre os favoritos ao título. Vale a pena ficar de olho.

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