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    Fábio Seixas - Fábio Seixas de Barros Silva

    O ano de Nasr

    08/01/2016 02h00

    "Nasr, o novato do carro 12, começa com o pé direito. A Sauber é uma equipe honesta, séria, de boa estrutura. Campo perfeito para o pleno desenvolvimento de um piloto.

    Dividirá os boxes com Ericsson, velho conhecido da GP2 em 2012 e 2013. No primeiro ano, ficou 29 pontos atrás do sueco. No segundo, 33 à frente. Não é nenhuma corda-bamba, portanto, mesmo o companheiro já tendo uma temporada de F-1 no currículo.

    Ficar à frente na tabela é a primeira obrigação.

    Há dois pontos fundamentais a seguir. Primeiro: não cair na armadilha da busca da mídia por um 'novo Senna'. É fatal. É marcante. E além disso dá uma zica danada. Segundo: tem que chegar chegando."

    Há um ano, esta coluna tratou das expectativas para a estreia de Nasr na F-1. E é uma boa surpresa reler o texto e perceber que o brasileiro cumpriu, com sucesso, ponto a ponto.

    Começando pelo fim: chegou chegando. O quinto lugar no GP da Austrália foi o melhor resultado de um brasileiro em sua corrida de estreia na F-1. O cartão de visitas foi dado.

    Até por isso, vieram as comparações com Senna –o tricampeão completou apenas 8 voltas na sua primeira corrida, Jacarepaguá-84, diga-se.

    Nasr soube se esquivar com classe. "Cada um precisa construir sua própria história", disse, em Interlagos.

    Quanta diferença...

    Na disputa interna, colocou o companheiro no bolso do macacão. Fechou seu primeiro campeonato na F-1 com 27 pontos, em 13º lugar. O sueco marcou apenas 9 e ficou em 18º –último entre aqueles que pontuaram.

    A obrigação continua em 2016.

    Mas o que mais deve fazer neste segundo ano de categoria?

    Esta tem que ser a temporada de afirmação. Seu contrato com a Sauber termina em dezembro. Se é verdade que o time suíço é excelente porta de entrada, também é que um terceiro ano por lá não seria interessante: cheiraria a inércia.

    Em 2016, Nasr precisa subir um degrau: mostrar serviço para defender equipe maior em 2017.

    Subir para uma Renault ou uma Force India já seria uma evolução. Mas não custa sonhar alto e bater em portas mais importantes. Quanto melhores forem seus resultados nesta temporada, mais fáceis serão as conversas.

    Com Ericsson escanteado, uma boa meta para o brasileiro é alcançar Verstappen. O quase-adolescente foi a sensação de 2015 e ofuscou todos os outros estreantes. Superá-lo transmitiria um importante recado para a categoria.

    Sim, é difícil duelar com um Toro Rosso. O holandês ficou apenas uma posição à frente no campeonato, mas com 22 pontos a mais.

    Quem busca objetivos fáceis, porém, que fique em casa.

    Depois de se tornar líder dentro da equipe, Nasr precisa lutar para se tornar líder de sua geração.

    Pode até não conseguir a meta em 2016. Mas persegui-la certamente não fará mal.

    fábio seixas

    Escreveu até junho de 2016

    É jornalista com mestrado em Administração Esportiva pela London Metropolitan University, da Inglaterra.

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