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    Fernando Rodrigues

    Políticos no sal

    14/12/2013 03h00

    BRASÍLIA - Apenas 3 dos 27 governadores no Brasil têm uma avaliação positiva acima de 50% para suas administrações. Esse é o dado mais eloquente na pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem. Dito de outra forma: 24 governadores estão com nota vermelha, reprovados.

    Nunca o Brasil teve uma avaliação simultânea de seus 27 governadores numa mesma pesquisa. Por essa razão, é impossível dizer se a situação hoje é pior ou melhor para esses políticos em relação a outros períodos. Mas é certo que é sofrível o desempenho atual da maioria.

    O levantamento do Ibope foi realizado de 23 de novembro a 2 de dezembro. Apurou-se que o governo da presidente Dilma Rousseff tem taxa de aprovação de 43% --também ainda abaixo de 50% e bem longe das taxas estratosféricas pré-manifestações de junho. A aprovação dilmista é parecida aos 41% apurados pelo Datafolha no final do mês passado.

    Os institutos têm captado, em pesquisas recentes, um certo sentimento difuso a favor de mudanças no país. No Datafolha, 66% dos entrevistados indicaram preferir que o próximo presidente adote políticas em sua maior parte diferentes das ações do atual governo federal petista.

    A avaliação ruim da imensa maioria dos governadores corrobora esse desejo de mudança geral no país. É claro que seria imprudente concluir de maneira cartesiana que haverá uma limpa completa na eleição de 2014. Ao mesmo tempo, é lícito supor que um político com menos de 50% de aprovação não terá uma vida fácil nas disputas do ano que vem.

    Quando observados os governadores dos partidos mais influentes do país, PT e PSDB, ninguém tem desempenho exemplar. Os tucanos derrapam em São Paulo. Os petistas estão mal no Rio Grande do Sul e na Bahia. É cedo para conclusões definitivas, mas essa pesquisa do Ibope é um indício extra de que há ainda muito jogo a ser jogado nas várias disputas eleitorais de 2014.

    fernando rodrigues

    Escreveu até novembro de 2014

    Na Folha, foi editor de "Economia" (hoje "Mercado"), correspondente em Nova York, Washington e Tóquio. Recebeu quatro Prêmios Esso (1997, 2002, 2003 e 2006).

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