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    Fernando Rodrigues

    Copa e largada eleitoral

    05/07/2014 02h00

    BRASÍLIA - A seleção brasileira de futebol venceu por 2 a 1 nesta sexta-feira (4) a da Colômbia. Prolonga-se a sensação de alegria geral. Mas mesmo que o resultado tivesse sido adverso, a festa só duraria um pouco mais. No domingo, dia 13, será disputada a partida final do torneio.

    Depois de um pouco de festa, sempre haverá uma certa ressaca, com ou sem o título. Milhares de estrangeiros vão embora. Acabam os dias de semiferiado para assistir aos jogos. As partidas do Campeonato Brasileiro voltarão a ter estádios vazios e futebol sofrível. E começa para valer a campanha eleitoral.

    A linha de largada da corrida presidencial oferece algumas pistas sobre o que pode acontecer. Sobretudo porque o Brasil já acumula várias eleições e um histórico democrático que permite comparações.

    Hoje, neste início de julho, Dilma Rousseff (PT) tem 38%. Aécio Neves (PSDB) pontua 20%. Eduardo Campos (PSB) está em 9%.

    A líder Dilma está agora no patamar em que esteve Fernando Henrique Cardoso (PSDB) neste mesmo mês em 1998, quando tinha 40% e ganhou a reeleição. Em julho de 2002, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrava 38%, no início de sua primeira caminhada vitoriosa ao Planalto. A própria Dilma, há quatro anos, em 2010, marcava 38%.

    O oposicionista Aécio está no limite mínimo de outros segundos colocados nesta fase do ciclo eleitoral. Vários concorrentes em disputas passadas já conseguiam colocações melhores a esta altura. O tucano pode sempre se comparar a FHC em 1994 –que em julho daquele ano tinha 21% contra 38% de Lula, mas acabou virando o jogo e vencendo.

    Só que o Brasil em 1994 era outro. FHC encarnava o Plano Real. Dizimou a oposição petista em menos de 60 dias. Não está claro qual poderia ser o fato que Aécio criaria agora para ser o seu "Plano Real".

    Sem medidas de impacto, as eleições se tornam mais previsíveis.

    fernando rodrigues

    Escreveu até novembro de 2014

    Na Folha, foi editor de "Economia" (hoje "Mercado"), correspondente em Nova York, Washington e Tóquio. Recebeu quatro Prêmios Esso (1997, 2002, 2003 e 2006).

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