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    Fernando Rodrigues

    Marina quebrando paradigmas

    27/08/2014 02h00

    BRASÍLIA - A pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira (26) mostra uma possível quebra de paradigmas na política brasileira.

    Realizado de 23 a 25 deste mês de agosto, o levantamento do Ibope mostra Dilma Rousseff (PT) com 34% contra 29% de Marina Silva (PSB). Aécio Neves (PSDB) surge em terceiro lugar, com apenas 19%.

    Se esse resultado vingar daqui a menos de 40 dias, em 5 de outubro, pela primeira vez o Brasil terá um segundo turno de disputa presidencial 100% feminino –com Dilma e Marina. Ou seja, a partir de 2015, novamente o Palácio do Planalto será comandado por uma mulher.

    A disparada de Marina Silva, sinalizando que hoje é favorita contra Dilma no segundo turno (45% X 36%), indica também a primeira possível virada numa eleição presidencial depois do início do horário eleitoral em rádio e TV. Em disputas anteriores, desde 1989, nunca um candidato que começou a propaganda eletrônica liderando as pesquisas foi ultrapassado por um adversário na fase seguinte da campanha.

    Outra escrita a ser quebrada –caso a pesquisa se confirme nas urnas– é que um tucano não será finalista, um padrão dos últimos 20 anos, desde 1994. A polarização entre PT e PSDB no plano nacional será interrompida. Aécio Neves está arriscado a carregar essa marca negativa em seu currículo para sempre.

    Por fim, o PSB é como um besouro que assombra a todos quando começa a voar, pois não tem a aerodinâmica adequada –é pequeno no Congresso, está mal em todas as disputas estaduais, tem poucos recursos e acaba de perder Eduardo Campos, seu principal líder.

    Políticos de todos os partidos dirão que é cedo para tirar conclusões. É verdade. Mas essa interpretação vale também quando petistas e tucanos sugerem que Marina Silva é só uma nuvem passageira. Por enquanto, a candidata do PSB está sendo muito mais.

    fernando rodrigues

    Escreveu até novembro de 2014

    Na Folha, foi editor de "Economia" (hoje "Mercado"), correspondente em Nova York, Washington e Tóquio. Recebeu quatro Prêmios Esso (1997, 2002, 2003 e 2006).

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