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    Fernando Rodrigues

    A mãozinha de Aécio a Dilma

    27/09/2014 02h00

    BRASÍLIA - A menos que ocorram movimentações bruscas e atípicas, haverá segundo turno na eleição presidencial, como mostra a pesquisa Datafolha realizada nos dias 25 e 26. Dilma Rousseff (PT) tem agora 40% das intenções de voto contra 27% de Marina Silva (PSB).

    Aécio Neves (PSDB) até variou positivamente nas últimas duas semanas, mas tem apenas 18%. Nunca em eleições presidenciais brasileiras alguém no terceiro lugar com esse nível de apoio, nesta fase da campanha, conseguiu passar ao segundo turno.

    Isto posto, o que mais importa agora é verificar a consistência dos votos de Dilma e Marina e a distância que as separa, sobretudo nas simulações de segundo turno.

    Nas quatro eleições presidenciais nas quais houve segundo turno, nunca quem passou à frente perdeu a rodada final. Foi assim com Fernando Collor, em 1989, Lula (2002 e 2006) e Dilma (2010). Só que a disputa atual tem características únicas.

    Nas simulações de segundo turno de 2002, 2006 e 2010, Lula e Dilma nesta época tinham taxas de intenção de voto variando de 52% a 57%. Hoje, a petista está numericamente à frente, mas exibe uma robustez menor do que há quatro anos: 47% contra 43% de Marina.

    Mantido o atual ritmo de alteração nas taxas de cada candidato, daqui a uma semana as diferenças não estarão muito diferentes. No final, quem decidirá a disputa é o eleitorado aecista. Embora o tucano deva amargar o pior desempenho de um presidenciável do PSDB nos últimos 20 anos, seus apoiadores terão o poder de decidir a parada mais adiante.

    O cenário é irônico. Aécio se apresenta como o mais preparado para derrotar Dilma e desalojar o PT do Palácio do Planalto. Por essa razão, sentou a pua em Marina nos últimos 20 dias. Não se beneficiou da estratégia, mas agregou-se ao marketing petista e ajudou a desossar a pessebista. Se Dilma ganhar, terá muito a agradecer ao candidato do PSDB.

    fernando rodrigues

    Escreveu até novembro de 2014

    Na Folha, foi editor de "Economia" (hoje "Mercado"), correspondente em Nova York, Washington e Tóquio. Recebeu quatro Prêmios Esso (1997, 2002, 2003 e 2006).

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