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    Francisco Jordão

    Volume da virada

    03/01/2016 02h00

    BRASÍLIA - Ao contrário do sistema Cantareira, a política nacional virou o ano no volume morto. Muitas foram as contribuições para isso: incompetência administrativa, corrupção descarada, troca de favores e conspirações.

    Atores principais, coadjuvantes e com papéis decorativos estão muito, mas muito preocupados com causas que gravitam basicamente em torno dos próprios umbigos.

    Além da preocupação adicional com as condições do sistema penitenciário depois do advento da Lava Jato.

    Para alguns resta, se religioso, rezar. Ou torcer. O uso de talismã no pulso também é um item em alta no Planalto Central.

    A presidente Dilma Rousseff com apenas 12% de apoio popular, segundo a mais recente pesquisa Datafolha, continuará pedalando sua bike à espera de que a economia melhore e de que o desemprego não exploda.
    Terá que comprar um bom óleo para lustrar o balcão de negócios e, assim, conseguir que míseros 171 deputados barrem seu processo de impeachment na Câmara.

    Além de torcer muito para que o sempre dividido PMDB, do decorativo vice Michel Temer (SP), não se una desta vez e anuncie o rompimento com o governo na convenção que o partido fará em março.
    Com sua carta-testamento, mesmo sem ainda ter o defunto, Temer escancarou que só pensa naquilo: a tomada do poder se Dilma cair.

    Já Eduardo Cunha (PMDB-RJ) deve ter começado o ano pulando sete ondas e acedendo velas para que o Supremo não o tire do cargo, como pediu o procurador-geral da República.

    Se os ministros o mantiverem na presidência da Câmara, Cunha se transformará em um novo personagem do "X-Men" com superpoderes. Pobres humanos.

    A arma para tirar a política do volume morto é o voto. Só não dá para saber quanto tempo vai levar para que isso aconteça.

    francisco.jordao@grupofolha.com.br

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