Com o fim da Copa das Confederações, agora é hora de retornarmos à rotina das competições nacionais. Infelizmente, nessa volta, não teremos apenas o prazer de matar a saudade de gritar o nome de nossos times preferidos, vamos também ouvir uma série de desculpas para o fraco desempenho das equipes, que tiveram um bom tempo para realizar treinamentos e que, teoricamente, deveriam apresentar um futebol bem melhor do que antes do torneio vencido pela seleção brasileira no último domingo.

Falta de ritmo de jogo
Ficaremos um bom tempo ouvindo que a parada para a Copa das Confederações prejudicou muito as equipes e que o mau desempenho delas é devido ao problema da falta de ritmo de jogo. Também será muito falado que no período de interrupção os times se preocuparam muito com a preparação física dos atletas e, por isso, nas primeiras partidas as equipes devem cair muito de produção nos últimos minutos de jogo. Também teremos de ouvir que o intervalo foi usado para a recuperação total dos profissionais que estavam contundidos e esses vão precisar de mais algum tempo para chegarem à forma ideal.

À espera da estreia (ou entrosamento) dos reforços
Todos já devem estar preparados para ouvir os técnicos dizendo que, quando os reforços contratados tiverem situação de legal de jogo, o time deve melhorar seu desempenho. Aqui também não é preciso dizer que, após a estreia dos reforços, sempre vai haver alguém dizendo que os novos jogadores precisam de um tempo para se adaptar aos companheiros e recuperar o ritmo de jogo - de novo ele - pois eles ficaram um bom tempo sem poder atuar por problemas burocráticos.

Seleção como espelho
Como acontecia antes da Copa das Confederações, os jogos aqui, no Brasil, continuarão tendo um excesso de faltas. Só que, agora, muitos comentarão que esse fato se deve à atuação do Brasil no recente torneio. Não são poucos que vão dizer que o time de Felipão só teve sucesso na competição por que cometeu várias faltas - chamadas de "táticas" - para evitar que os adversários conseguissem armar jogadas ofensivas. Também os treinadores vão copiar mal o 4-2-3-1 que o técnico da seleção usou no torneio e teremos assim times defensivos e com pouca mobilidade.

Problemas de relacionamento
Todo jogador vindo da Europa e tratado como salvador por nossos clubes vai usar essa desculpa por ter ficado a última temporada toda entre os reservas e ter feito poucos jogos no seu antigo clube - que geralmente nunca é uma das potências do Velho Continente. Lógico, desculpe ser repetitivo, vão pedir um pouco de paciência, pois eles vão precisar de um tempo para se readaptarem ao nosso futebol e recuperarem o tal ritmo de jogo.

A prioridade é o outro torneio
Lógico que sempre há uma competição em paralelo que serve de desculpa para uma equipe estar mal em um determinado torneio. Não dou mais do que quatro rodadas para muitos afirmarem que a prioridade para o final da temporada não é mais o Campeonato Brasileiro, mas, sim, a Copa do Brasil e até a Copa Sul-Americana.

À espera de 2014
Não vão faltar profissionais - técnicos, jogadores e dirigentes - dizendo que o planejamento do clube foi feito para dar resultados no próximo ano e que, no futebol, é preciso um bom tempo para formar um grande time. Aqui vale pedir paciência aos torcedores e que 2013 está servindo para o clube se reestruturar administrativamente e financeiramente.

Erros de arbitragem
Lógico que depois de todo esse repertório de desculpas apresentado aqui, sempre haverá como jogar nas costas de nossos fracos árbitros a culpa por um resultado ruim. Além das reclamações nas entrevistas após as partidas, vale também cercar a arbitragem ainda no gramado e gesticular muito para impressionar os torcedores.

Espero que muito do tempo perdido para justificar os maus resultados seja usado para melhorar o desempenho de nossos times nos gramados.

Até a próxima!
Mais pitacos em: @humbertoperon