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    Futebol na Rede - Marcel Merguizo

    A volta precisa ser imponente

    DE SÃO PAULO

    30/10/2013 15h06

    Desde que o Palmeiras confirmou sua volta para a Série A do Campeonato Brasileiro, a frase mais proferida em sido: "o clube voltou para o lugar de onde nunca deveria ter saído". Porém, acho que ela não traduz a grande história da equipe.

    Apenas estar na primeira divisão é muito pouco para o Palmeiras. Aliás, faz tempo que o clube só disputa o principal torneio do país apenas como um simples coadjuvante. Nos últimos três torneios na Série A, que esteve presente, o time fez campanhas pífias, ficando na parte de baixo da tabela até a queda em 2012.

    Sem dizer que nos últimos anos, enquanto seus maiores rivais - Corinthians e São Paulo - conquistaram títulos nacionais, continentais e mundiais, o Palmeiras vem patinando e perdendo espaço. Recentemente, o clube venceu uma Copa do Brasil, no ano passado, e um Campeonato Paulista, em 2008 (acho que nenhum palmeirense quer se lembrar do título da Série B, em 2003, e da conquista deste ano, que está bem próxima).

    Portanto, o Palmeiras só estará no lugar que realmente merece no momento que contar um elenco que possa brigar diretamente pelos principais títulos. Por isso, 2014, mais do que o ano da festa do centenário do clube ou a da inauguração de seu novo estádio, precisa ser encarado como o ano em que o Palmeiras terá de brigar em igualdade de condições com seus concorrentes.

    E, para montar um grande time para 2014, o Palmeiras já está atrasado. Disputar a Série B não faz bem para nenhum clube, e 2013 foi um ano perdido para o Palmeiras, em todos os sentidos - visibilidade, espaço na mídia, financeiro e, principalmente, técnico. Está certo que o time subiu com tranquilidade - mesmo jogando mal em várias partidas, como aconteceu na que garantiu o acesso, contra o São Caetano -, mas não se pode dizer que formou a base de um elenco para disputar a Série A com perspectivas de fazer uma boa campanha e, por isso, vai ter de fazer uma reformulação grande no grupo de jogadores.

    Alguns jogadores que foram protagonistas da equipe já estavam no time que caiu - casos de Henrique, Valdivia e Wesley. Do grande número de jogadores contratados, que fez o elenco contar com mais de 40 profissionais no meio do ano, poucos se tornaram titulares absolutos - Fernando Prass, Alan Kardec e Leandro, são exemplos - e têm condições de serem aproveitados em 2014.

    Não se pode esquecer que, em 2013, disputando um torneio fraco, o Palmeiras perdeu a chance de revelar jogadores. O único jovem que se destacou foi o lateral Luis Felipe - que corre o risco de não permanecer no próximo ano. Para ter no seu elenco um monte de refugos, que pouco acrescentaram, o clube emprestou várias promessas, que, na Série B, poderiam provar - ou não - que podem jogar em um clube como o Palmeiras.

    Além de tudo isso, tem a questão do técnico. Já na campanha da Série B deste ano, ficou bem claro que grande parte da diretoria não acredita plenamente na competência do técnico Gílson Kleina. Também é sabido que seu nome não é a primeira opção para comandar o clube no próximo ano, e, se ele ficar, será porque o Palmeiras não conseguiu acertar com outro treinador.

    O velho Palestra precisa voltar a ser uma potência do nosso futebol, pois seu torcedor já está cansado de apenas cantar, ele também quer voltar a vibrar pelo seu clube - como diz o hino do clube.

    Até a próxima!
    Mais pitacos em: @humbertoperon

    DESTAQUE
    Acho exagerada a discussão em torno de decisão de Diego Costa escolher jogar na seleção espanhola e desistir de atuar com a camisa do Brasil. O atleta preferiu jogar pelo país onde ele conseguiu se destacar. Pesou também, o fato de que no time brasileiro, a concorrência na posição em que joga seria maior. Também é bom dizer que o atacante não resolveria todos os problemas do ataque do Brasil.

    ERA PARA SER DESTAQUE
    Para o Coritiba, que estava em um momento delicado, muito perto das últimas colocações, e com duas vitórias convincentes contra Cruzeiro e Grêmio, líder e então vice-líder do Brasileiro, respectivamente, conseguiu se distanciar da zona do rebaixamento.

    humberto luiz peron

    Escreveu até dezembro de 2013

    É jornalista esportivo, especializado na cobertura de futebol, editor da revista "Monet" e colaborador do diário "Lance".

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