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    Gilberto Dimenstein

    Quem quer ser professor de escola pública?

    10/05/2013 08h25

    O principal desestímulo para alguém ser professor de escola pública -pior do que os baixos salários- é a violência.

    Esse fato é reforçado por uma pesquisa divulgada nesta semana pelo Data Popular e patrocinada pela Apeoesp que mostra que quase metade dos professores da rede estadual paulista de ensino sofreu algum tipo de violência ( física ou verbal). E quase a maioria testemunhou algum tipo de violência, atribuída muitas vezes às drogas e ao álcool.

    É, sem exagero, um inferno. Nunca seremos uma comunidade civilizada com escolas públicas incivilizadas.

    Nem aluno nem professores sentem-se acolhidos num espaço em que a violência é reflexo da falta de pertencimento.

    A solução passa -como já vimos em outros países- pelo aprendizado da intermediação de conflitos e envolvimento da comunidade, a começar da comunidade. Isso significa derrubar os muros das escolas.

    Por isso, vale a pena prestar atenção no projeto lançado em algumas escolas públicas paulistas que coloca professores comunitários para fazer a intermediação entre comunidade e escola.

    A verdade é que o professor sente-se vítima da violência. Assim como o aluno.

    gilberto dimenstein

    Escreveu até dezembro de 2013

    Ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.

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